Por Benisio Ferreira, Cristiano Caveião e Vinícius Bednarczuk
A atual situação desestabiliza dia após dia nossa paciência, à espera daquilo que promete acabar com as mortes, internações, perdas econômicas e com o distanciamento entre amigos e familiares: a vacina. Se é nossa solução, por que não temos uma vacina? Vamos organizar o texto como se fosse um bate papo entre amigos, o que acreditamos facilitar o entendimento. Em tempos duros como esse, uma conversa educada e agradável é bem melhor que textos pesados.
O Reino Unido já começou a vacinação, por que não podemos fazer isso também de forma rápida?
A vacina que está sendo utilizada de forma emergencial, isto é, sem a finalização, ainda em desenvolvimento, ela é produzida com uma tecnologia que exige um armazenamento muito específico (temperatura a partir de 70°C negativos). O Reino Unido é menor que o Brasil, possui população menor que a nossa, está perto do principal local de fabricação e tem estrutura para recebe-la e armazená-la de forma segura, em diferentes partes de seu território. O Brasil é imenso, com temperaturas e distâncias que servem de obstáculo para o armazenamento correto, além de não possuir um número suficiente de ultrafreezeres para guarda-las. Temos estrutura e experiência para logística e armazenamento de vacinas que exigem temperaturas de refrigeração (entre 4°C e 8°C).
Por que não começamos a usar as vacinas que estão sendo desenvolvidas aqui como eles fizeram lá?
Porque de forma responsável, nossa Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), devido a sua experiência e competência deverá atestar a segurança das vacinas que entrarem com registro e pedido de avaliação, o que ainda não ocorreu até o momento da divulgação desse texto. Nossa população é muito grande, com mais diversidade e características que exigem mais rigor na certificação do que em outros países. Teremos vacinas em tempo recorde sim, porém não podemos pedir para tomar qualquer coisa. Você tem mesmo coragem de vacinar sua família, pais, filhos, esposa, marido com algo que ainda não tem certificação? O que políticos dizem e os empresários de cada empresa envolvida falam, não vale, eles estão lucrando de alguma forma com esse discurso. Eu quero algo seguro e você?
Então se fosse a mesma vacina que está sendo usada lá fora você confiaria?
Não, como foi dito, no Reino Unido, está em caráter emergencial e aguardando os resultados após a vacinação em massa para observar o que ocorre. Aliás, você viu que já houve dois casos de hipersensibilidade? Precisamos saber como isso ocorreu e lembrar que aqui no Brasil também temos pessoas com distúrbios imunológicos. Desejo que ocorra o melhor, mas não posso afirmar que tenho certeza que vai dar certo.
E teremos profissionais de saúde suficientes para a administração (aplicação) da vacina?
É notório e já está implícito nas mídias que alguns municípios brasileiros e o Ministério da Saúde estão planejando a organização da vacinação para a covid-19. O próprio Ministério está se preparando para operacionalizar todo esse processo, que envolve além do imunobiológico, recursos humanos e recursos materiais. Um fator preocupante que estamos vivenciando hoje é a escassez da mão de obra de profissionais de saúde, e uma vacinação dessa magnitude necessitará de inúmeros profissionais, que em muitas situações poderão ser afastados da assistência atual onde estão trabalhando, nos leitos de unidades de internação e UTIs. Ainda é importante considerar que os profissionais estão assoberbados com extensivas jornadas de trabalho, para que a assistência possa ser prestada.
Teremos recursos materiais suficientes para a administração (aplicação) da vacina?
Não adianta ter vacina disponível se não tivermos os materiais suficientes para aplicar, ou seja, são necessárias agulhas e seringas para administrar a vacina na população. Infelizmente, neste quesito, o planejamento não foi o adequado. Em julho, o poder público foi avisado da necessidade de insumos para a aplicação de vacinas, porém apenas agora, em dezembro, é que o Ministério da Saúde começou a procurar fornecedores deste tipo de insumo. Existe receio das autoridades de saúde de um real desabastecimento dos insumos utilizados para a aplicação de vacinas em grande escala para a população.
Em meio ao mar de informações erradas e absurdas e ao nosso infeliz sentimento de inferioridade, espero que você lembre que nós temos um dos maiores e melhores sistemas de vacinação do mundo. Temos experiência e excelentes profissionais para administrar tudo que irá acontecer, portanto, no momento, precisamos de mais um pouco de paciência. Vamos entender sobre o que é necessário para que todos sejam vacinados e o que é preciso em termos de material para que consigamos vacinar um número adequado de pessoas e sairmos desse estado de isolamento.
Generalizando, 2020 foi um ano de muito avanço tecnológico, nunca na história se produziu imunizantes de maneira tão rápida como a vacina para a covid-19. São diversas as tecnologias que as diferentes indústrias e centros de pesquisa estão desenvolvendo com o intuito de imunizar o quanto antes a população mundial, evitando mais infectados e principalmente mortes. A covid-19 não ficará apenas na história de 2020, novas vacinas mais seguras e eficazes com o tempo devem surgir, porém será necessário que a população mundial aprenda com o que passou, novos hábitos de saúde e higiene devem surgir com o intuito de evitar uma nova doença.
Sobre os autores
Benisio Ferreira da Silva Filho é biomédico, mestre em Ciências da Saúde, doutor em Biotecnologia, coordenador do curso de Biomedicina do Centro Universitário Internacional Uninter.
Cristiano Caveião é enfermeiro e doutor em Enfermagem, coordenador da Área da Saúde e professor do Centro Universitário Internacional Uninter.
Vinícius Bednarczuk de Oliveira é farmacêutico e doutor em Ciências Farmacêuticas, coordenador e professor dos cursos de Farmácia e Práticas Integrativas e Complementares em Saúde do Centro Universitário Internacional Uninter.
Matéria: Ana Paula Scorsin/ Página 1 Comunicação


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