Poesia de Maria do Carmo “REMEMORANDO O SÃO JOÃO”

Poesia de Maria do Carmo "REMEMORANDO O SÃO JOÃO" - poesiaFoto: Divulgação

A fogueira estava queimando,

sobre as suas brasas, o milho assando.

As bandeirolas, ruas e casas enfeitando.

O arraiá era construído.

O licôr, a típica bebida, era servido.

Naquela noite fria, o capote nos aquecia.

Ao som da sanfona, dançava Zé, dançava Maria.

Ao redor da fogueira a criançada se divertia.

Laranjas e espigas de milho, o ramo da fogueira decorava.

O amendoim cozido nas mesas não faltava.

O chapéu de palha, com as vestes de chita combinava.

Enquanto a fogueira queimava,

o fole da sanfona sacolejava.

E o povo alegre gritava:

“São João passou por aí? Viva São João!”

O tradicional São João literalmente acabou.

MAS O POESIA O RESGATOU!

Sobre a autora:

Maria do Carmo da Silva Santos é natural de Mutuípe-BA, professora, poeta e escritora. Licenciada em Geografia, graduada em História, especialista em Gestão e Educação Ambiental e Estudos Linguísticos e Literários, Pós- graduanda em Comunicação, Cultura Organizacional e Tecnologia. Possui textos publicados em diversas Antologias nacionais e internacionais, e integrante do Coletivo Mulherio das Letras. Autora dos livros de Poesias: Retalhos de Vivências e Recomendações Poéticas, e colunista no site de notícias Tribuna do Recôncavo.

Poesia “RENASCER” de Maria do Carmo

Poesia “RENASCER” de Maria do Carmo - poesiaNa foto, Maria do Carmo | Crédito: Hélio Alves/ Tribuna do Recôncavo

É essencial assimilar e refletir acerca do verdadeiro sentido da Páscoa que não se restringe apenas a comemorações! A humanidade está envolta por ódio, violência, injustiças e descaso para com a vida humana! O que podemos e devemos fazer pra contribuir para a promoção de uma NOVA VIDA, onde os valores humanos sejam resgatados e a vida humana seja respeitada e preservada?

RENASCER

O Filho de Deus da morte ressurgiu!

Com a vitória da VIDA, a humanidade redimiu.

A sua luz salvífica das trevas nos resgatou.

Uma nova vida sobre a Terra reinou!

Páscoa de Cristo! Para nós lição de vida!

Viver a Páscoa é renascer no cotidiano, na lida.

Páscoa! Vida Nova! Libertação!

Sob o peso de dores e horrores caminhamos com nossos irmãos.

Choramos e clamamos por justiça e dignidade.

A violência e a opressão assolam a humanidade.

A vida quer viver em paz no campo e na cidade.

Com a Páscoa de Cristo,

O Amor de Deus no coração humano quis renascer.

Uma Vida Nova na humanidade veio se estabelecer.

A luz pascal de Cristo nos convida a renascer,

e a nossa missão de cristão, cotidianamente reacender,

promovendo ações de libertação para os nossos inúmeros irmãos,

que necessitam de serem resgatados das trevas da desumanidade e da opressão!

Sobre a autora:

Maria do Carmo da Silva Santos é natural de Mutuípe-BA, professora, poeta e escritora. Licenciada em Geografia, graduada em História, especialista em Gestão e Educação Ambiental e Estudos Linguísticos e Literários, Pós- graduanda em Comunicação, Cultura Organizacional e Tecnologia. Possui textos publicados em diversas Antologias nacionais e internacionais, e integrante do Coletivo Mulherio das Letras. Autora dos livros de Poesias: Retalhos de Vivências e Recomendações Poéticas, e colunista no site de notícias Tribuna do Recôncavo.

Poesia “EU, MULHER NEGRA!” de Maria do Carmo

Poesia "EU, MULHER NEGRA!" de Maria do Carmo - poesia, noticiasNa foto, Maria do Carmo | Crédito: Hélio Alves/ Tribuna do Recôncavo

Nesta data, 08 de março, DIA INTERNACIONAL DA MULHER, rememoramos a luta das mulheres negras, historicamente invisibilizadas desde o contexto histórico da escravatura, até os dias atuais em nosso país, marcada por dissabores e desafios mas também por conquistas e avanços. A luta é cotidiana e contínua pela igualdade de Direitos e no combate a todas as formas de preconceito!

EU, MULHER NEGRA!

Me jogaram na senzala.

Me açoitaram tal como um bicho.

Os ditos senhores me submeteram aos seus caprichos.

As filhas da sinhá amamentei.

Para as patroas cozinhei,

Com a sobra dos seus pratos me alimentei.

“A liberdade” encontrei.

Do cativeiro me livrei!

Uma trajetória de séculos percorri.

As correntes da opressão quebrei.

Sobrevivi as torturas e a desumanização.

Para a minha descendência, deixo esta lição:

SOU MULHER NEGRA, humana, cidadã.

Protagonista da história do ontem, de hoje e do amanhã.

Libertei-me da senzala.

Uma nova história construir.

Resistência e liberdade,

marcarão a minha posteridade.

SOU MULHER NEGRA, humana, cidadã.

Sempre reconstruindo a minha história

Com determinação, resiliência e dignidade!

Sobre a autora:

Maria do Carmo da Silva Santos é natural de Mutuípe-BA, professora, poeta e escritora. Licenciada em Geografia, graduada em História, especialista em Gestão e Educação Ambiental e Estudos Linguísticos e Literários, Pós- graduanda em Comunicação, Cultura Organizacional e Tecnologia. Possui textos publicados em diversas Antologias nacionais e internacionais, e integrante do Coletivo Mulherio das Letras. Autora dos livros de Poesias: Retalhos de Vivências e Recomendações Poéticas, e colunista no site de notícias Tribuna do Recôncavo.

Poesia de Maria do Carmo sobre povos Yanomâmis “COMOÇÃO”

Poesia de Maria do Carmo sobre povos Yanomâmis "COMOÇÃO" - poesiaFoto: José Gilberto

COMOÇÃO

A Mãe-Terra, desolada,

geme de dor pela barbárie praticada com os seus filhos.

Os povos indígenas Yanomâmis (seus filhos), gemem de dores!

Dores causadas pela fome, pelas doenças,

pela poluição ambiental, pela injustiça social!

Os povos indígenas Yanomâmis são seres humanos,

têm direito a vida e a sobrevivência com respeito e dignidade!

Vida? Respeito? Dignidade?

Vida dizimada prematuramente!

Respeito inexistente!

Dignidade devorada pelo poderio econômico!

Yanomâmis! Humanos desfigurados!

A sua tribo verte lágrimas de sangue!

A natureza verte lágrimas de sangue!

Reina a tristeza na aldeia, na floresta, no Planeta Terra.

Floresta devastada,  água e solo envenenados!

Destruição, devastação, desolação, desumanidade!

A garimpagem, a diversidade vital devastou!

A garimpagem, devastou os povos Yanomâmis e a sua história!

Os Yanomâmis imploram pelo Direito à vida.

Os Yanomâmis combalidos, imploram por sobreviver!

Os Yanomâmis imploram pela continuidade da sua história!

YANOMÂMIS SÃO HUMANOS, SÃO HISTÓRIA, SÃO RESISTÊNCIA!

Sobre a autora:

Maria do Carmo da Silva Santos é natural de Mutuípe-BA, professora, poeta e escritora. Licenciada em Geografia, graduada em História, especialista em Gestão e Educação Ambiental e Estudos Linguísticos e Literários, Pós- graduanda em Comunicação, Cultura Organizacional e Tecnologia. Possui textos publicados em diversas Antologias nacionais e internacionais, e integrante do Coletivo Mulherio das Letras. Autora dos livros de Poesias: Retalhos de Vivências e Recomendações Poéticas, e colunista no site de notícias Tribuna do Recôncavo.

Poesia de Maria do Carmo “REFLEXÃO NATALINA”

Poesia de Maria do Carmo "REFLEXÃO NATALINA" - poesiaImage by Cesar Abud from Pixabay

Por Maria do Carmo

Os sinos da Igreja badalavam, anunciando a “Missa do galo”, celebração tradicional!

O presépio armado nos lares e igrejas era a ornamentação principal.

Galhos secos ou plantas ornamentais eram transformados em árvore de Natal.

A visita aos presépios era um programa devocional.

No rádio, na TV, nas residências e comércios, músicas típicas da época eram tocadas.

Uma modesta ceia em família era realizada.

Era NATAL!

A data do ano mais esperada!

Os sinos anunciavam a chegada do Salvador!

O presépio reproduzia o cenário do nascimento do  Menino-Deus!

As músicas nos convidavam a reflexão.

As famílias reuniam-se em confraternização.

A alegria reinava no coração da humanidade.

O Salvador à Terra chegava revestido de humildade.

As mensagens de Boas Festas eram enviadas em lindos cartões.

O Natal era celebrado com simplicidade e devoção.

Que a lição de humildade pelo Salvador trazida,

nos faça entender, compreender e vivenciar o verdadeiro sentido do NATAL,

a celebração da plenitude da Vida!

Sobre a autora:

Maria do Carmo da Silva Santos é natural de Mutuípe-BA, professora, poeta e escritora. Licenciada em Geografia, graduada em História, especialista em Gestão e Educação Ambiental e Estudos Linguísticos e Literários, Pós- graduanda em Comunicação, Cultura Organizacional e Tecnologia. Possui textos publicados em diversas Antologias nacionais e internacionais, e integrante do Coletivo Mulherio das Letras. Autora dos livros de Poesias: Retalhos de Vivências e Recomendações Poéticas, e colunista no site de notícias Tribuna do Recôncavo.

Poema de Neide Ferreira em homenagem ao Dia da Consciência Negra

Poema de Neide Ferreira em homenagem ao Dia da Consciência Negra - poesia, dom-macedo-costa, bahiaFoto: Divulgação

No ano de 1965,

Nasceu o menino zumbi.

No estado de Alagoas,

E foi capturado ali.

 

Quando tinha sete anos, Dali ele foi levado.

Entregue a um padre católico,

E lá ele foi batizado

 

Recebendo o nome Francisco,

Pelo padre da igreja.

E ali ele aprendeu,

A falar a língua portuguesa (mais…)

Poema de Maria do Carmo alusivo ao 20 de novembro: CLAMOR DA NEGRITUDE

Poema de Maria do Carmo alusivo ao 20 de novembro: CLAMOR DA NEGRITUDE - poesia, noticiasFoto: José Gilberto

No Brasil o povo NEGRO é vitimado pelo preconceito desde o período colonial. Em pleno século XXI ainda sofremos com o racismo, mas não nos deixamos abater. A luta pelo resgate da nossa dignidade é diária e contínua! Somos resistência! A nossa voz continua a clamar por respeito!

CLAMOR DA NEGRITUDE

Olha o Negro aqui!

Discriminado,

Rechaçado,

Desumanizado,

Humilhado,

Maltratado!

Olha o Negro aqui!

Por que discriminá-lo?

Por que rechaçá-lo?

Por que desumanizá-lo?

Por que humilhá-lo?

Por que maltratá-lo?

Por que inferiorizá-lo?

Discriminá-lo simplesmente pela cor da sua pele?

A melanina é um rótulo de exclusão?

NEGRO é humano, é cidadão!

NEGRO exige liberdade de ir e vir!

NEGRO é digno de respeito,

NEGRO clama por igualdade de condição!

Sobre a autora:

Maria do Carmo da Silva Santos é natural de Mutuípe-BA, professora, poeta e escritora. Licenciada em Geografia, graduada em História, especialista em Gestão e Educação Ambiental e Estudos Linguísticos e Literários, Pós- graduanda em Comunicação, Cultura Organizacional e Tecnologia. Possui textos publicados em diversas Antologias nacionais e internacionais, e integrante do Coletivo Mulherio das Letras. Autora dos livros de Poesias: Retalhos de Vivências e Recomendações Poéticas, e colunista no site de notícias Tribuna do Recôncavo.

Poema de Maria do Carmo em homenagem ao TRIBUNA ON que completa 1 ano nesta terça

Poema de Maria do Carmo em homenagem ao TRIBUNA ON que completa 1 ano nesta terça - poesia

Nesta terça-feira, dia 04/10/2022, o programa Tribuna ON completa seu primeiro ano de existência. Apresentado por Hélio Alves e Uanderson Alves, de segunda a sexta, das 21h30 às 22h30, o Tribuna ON sempre conta com a presença de um convidado especial abordando assuntos relevantes, totalizando nesse período de um ano 253 entrevistas. Confira a homenagem feita pela poetisa Maria do Carmo:

 

TRIBUNA ON, PRESENTE!

 

Desde os primórdios da humanidade,

a comunicação sempre existiu.

Da vida na caverna a era digital,

comunicar-se é necessário e essencial!

 

A comunicação aproxima pessoas,

ultrapassa as barreiras geográficas,

promove a realização de sonhos,

à vida humana dá motivação e graça! (mais…)

Poesia de Maria do Carmo – RECORDAÇÔES JUNINAS

Poesia de Maria do Carmo - RECORDAÇÔES JUNINAS - sao-joao-2022-2, poesiaNa foto, Maria do Carmo | Crédito: Hélio Alves/ Tribuna do Recôncavo

Alvorada festiva, o mês de junho acolhia.

À meia noite, chuva de fogos de artifício.

Junho chegava! Mês de muita animação!

Homenagem a Santo Antonio, São João e São Pedro.

Bandeirolas tremulavam em sinal de alegria.

Vestes coloridas para dançar o forró pé de serra!

Cabanas de palha eram o palco da festança.

A tradicional fogueira aquecia a noite fria.

Um galho de árvore (ramo), à fogueira fazia companhia.

O povo arrastava o pé até amanhecer o dia.

Sanfona, pandeiro, triângulo e zabumba, o forró conduzia.

Licôr, amendoim, milho, laranja, canjica, a vontade para se fartar.

Casas de portas abertas para comidas e bebidas partilhar.

E a tradição popular comemorava:

Viva Santo Antonio Casamenteiro!

Viva São João batizador!

Viva São Pedro que a chave do céu segurou!

COMENTÁRIO DE MARIA DO CARMO:

“As vivências das tradições culturais são o marco da História de uma sociedade. Na sociedade contemporânea, as festas juninas vem perdendo as suas características peculiares em detrimento de um novo contexto sociocultural, demarcado por padrões que privilegiam outros interesses e hábitos, totalmente opostos aos tempos passados”.

Sobre a autora:

Poesia de Maria do Carmo - RECORDAÇÔES JUNINAS - sao-joao-2022-2, poesiaMaria do Carmo, residente na cidade de Mutuípe (BA), é autora do livro de poesias “Recomendações Poéticas” e da “Coletânea Poética Retalhos de Vivências”. Tem poemas publicados em várias Antologias, entre elas: Tabuleiro de Poesia e Seletos Versos. É professora da Escola Municipal Luís Eduardo Magalhães em Santo Antônio de Jesus e colunista do Tribuna do Recôncavo.

Poema de Maria do Carmo “A PAZ PEDE PASSAGEM”

Poema de Maria do Carmo "A PAZ PEDE PASSAGEM" - poesiaNa foto, Maria do Carmo | Crédito: Hélio Alves/ Tribuna do Recôncavo

A PAZ PEDE PASSAGEM

Explosões! Bombardeios!

Sirenes anunciam o Toque de Recolher!

Carros-bombas, mísseis, arsenal de armas!

Fogo cruzado! Sangue derramado.

Civis atordoados buscam abrigo!

Fuga em massa! A população busca refúgio!

Laços familiares quebrados! Desolação!

Filas quilométricas na via da esperança.

Ruas desertas, rotina interrompida, fome, lágrimas!

Territórios vitimados pela Guerra!

O poderio político, militar, econômico, social, impera!

Explosão de violência!

Bombardeio humano e social.

Caos! Comoção mundial!

Inocentes mortos! Genocídio!

Sociedades vitimadas pelo terror:

homens, mulheres, crianças, idosos!

Povos famintos de alimentos, de abrigo e de Paz.

Humanos despidos de dignidade!

Todos chorando, clamando e implorando:

Implorando pelo cessar fogo!

Implorando pelo respeito à vida!

Implorando pelo fim da Guerra!

É a VIDA implorando por sobreviver!

É a PAZ implorando para se estabelecer!

Sobre a autora:

Poema de Maria do Carmo "A PAZ PEDE PASSAGEM" - poesiaMaria do Carmo, residente na cidade de Mutuípe (BA), é autora do livro de poesias “Recomendações Poéticas” e da “Coletânea Poética Retalhos de Vivências”. Tem poemas publicados em várias Antologias, entre elas: Tabuleiro de Poesia e Seletos Versos. É professora da Escola Municipal Luís Eduardo Magalhães em Santo Antônio de Jesus e colunista do Tribuna do Recôncavo.

Poema de Maria do Carmo ” DEVASTAÇÃO”

Poema de Maria do Carmo " DEVASTAÇÃO" - poesia, noticiasImagem de Andreas Riedelmeier por Pixabay

DEVASTAÇÃO

O rio encheu, transbordou!

O seu curso natural desviou.

Suas águas velozmente tudo inundou!

Destruiu plantações e construções.

Desolação e caos gerou!

O rio encheu, transbordou!

O seu curso normal foi oprimido,

para dar passagem ao Capitalismo!

Suas águas velozmente tudo inundou!

A fauna e a flora devastou!

O rio encheu, transbordou!

A paisagem natural e humana devastou.

O ser humano perplexo ficou,

diante do cenário desolador.

As águas do rio inundaram o coração da gente!

Águas de um rio que transbordou,

águas da enchente!

Sobre a autora:

Poema de Maria do Carmo " DEVASTAÇÃO" - poesia, noticiasMaria do Carmo, residente na cidade de Mutuípe (BA), é autora do livro de poesias “Recomendações Poéticas” e da “Coletânea Poética Retalhos de Vivências”. Tem poemas publicados em várias Antologias, entre elas: Tabuleiro de Poesia e Seletos Versos. É professora da Escola Municipal Luís Eduardo Magalhães em Santo Antônio de Jesus e colunista do Tribuna do Recôncavo.

Poesia de Maria do Carmo “NATAL ATÍPICO”

Poesia de Maria do Carmo "NATAL ATÍPICO" - poesiaNa foto, Maria do Carmo | Crédito: Hélio Alves/ Tribuna do Recôncavo

No calendário, uma data especial!

Todos os caminhos levam às comemorações.

A decoração dos ambientes a todos encanta.

As músicas típicas da época, emocionam!

Roupas e calçados novos, mesa farta.

A troca de presentes é cultural.

Nos quatro cantos do mundo é NATAL!

Na cotidiana realidade, para todos a data é especial?

Para muitos, todos os caminhos levam aos lixões.

Por acaso, uma árvore de natal descartada,

foi por uma criança, carinhosamente resgatada!

Lá não há música natalina! Só o som do motor dos caminhões.

Roupas, sapatos e alimentos, são disputados!

No cotidiano dos que ali buscam a sobrevivência,

A troca de presentes é mera fantasia!

No lixão também há natal!

Há natal porque há seres humanos!

Há seres humanos desprovidos de dignidade!

Há uma criança que nasce e renasce em meio ao monturo!

Em meio ao monturo,

há uma criança que recolhe uma árvore de natal descartada,

e a decora com o brilho dos seus olhos,

com a esperança, com o sonho de um futuro promissor.

Esta criança prossegue na labuta,

catando os resíduos descartados, inclusive para se alimentar.

Esta criança, é a representação do Cristo que num lixão renasce

e a humanidade uma lição ensina:

a desigualdade social faz ofuscar o brilho do Natal

e faz o cenário do presépio mudar de lugar!

“Então é Natal e o que você fez”

para que o Menino Deus não renasça no lixão outra vez?

Sobre a autora:

Maria do Carmo, residente na cidade de Mutuípe (BA), é autora do livro de poesias “Recomendações Poéticas” e da “Coletânea Poética Retalhos de Vivências”. Tem poemas publicados em várias Antologias, entre elas: Tabuleiro de Poesia e Seletos Versos. É professora da Escola Municipal Luís Eduardo Magalhães em Santo Antônio de Jesus e colunista do Tribuna do Recôncavo.

Mutuípe: Escritora Maria do Carmo lançou seu segundo livro “Recomendações Poéticas”

Mutuípe: Escritora Maria do Carmo lançou seu segundo livro "Recomendações Poéticas" - poesia, noticias, mutuipe, destaqueNa foto, Maria do Carmo | Crédito: Hélio Alves/ Tribuna do Recôncavo

Aconteceu na tarde do último sábado, dia 13, no Salão Paroquial da Paróquia São Roque, em Mutuípe (BA), o lançamento do livro de poesias “Recomendações Poéticas” da professora Maria do Carmo, conhecida por Carmem ou Carminha.

O evento contou com a presença dos escritores locais Neide Thetê e Antônio Carlos Silva, Marise Brito (professora de teatro), Astibaldo Ferreira (professor), Lucas Silva (músico que fez a animação do evento com voz e violão), Hélio Alves (radialista), Jocinere Soares (professora), Padre José Roberto, além de amigos e familiares.

Em sua fala professora Carminha contou sua trajetória literária, ressaltou a importância da sociedade valorizar e reconhecer os escritores locais e regionais, agradeceu ao público presente e explicou o porquê de ter convidado uma criança para recitar uma poesia durante o lançamento. “É uma forma de incentivar a participação das crianças nesses eventos, quem sabe uma criança dessa no futuro não tenha o dom de escrever e recitar”, disse. O evento foi encerrado com sessão de autógrafos.

As poesias de Maria do Carmo são inspiradas no cotidiano, na natureza e na observação dos aspectos culturais e sociais da sociedade e na visibilidade do povo negro, historicamente vitimado pelo racismo. “Recomendações Poéticas” é o segundo livro de poesias de Carminha, que em breve será lançado virtualmente. Ela também é autora do livro “Retalhos de Vivência”, lançado em 2017.

Matéria: Hélio Alves/ Tribuna do Recôncavo

Confira no vídeo abaixo o poema “Agonizante” recitado por Maria do Carmo durante o evento!

(mais…)

No dia do professor, 15/10, leia o poema INUSITADA VISITA À SALA DE AULA!

No dia do professor, 15/10, leia o poema INUSITADA VISITA À SALA DE AULA! - poesiaImagem de PublicDomainPictures de Pixabay

Por Maria do Carmo

Acordei cedo como de costume. Fiz o ritual matinal pré escola: banho, café, transporte. Cheguei ao meu local de trabalho, a Escola.

Toca a campainha e lá fui eu para o cumprimento do meu ofício de professor, ao iniciar do letivo dia!

Adentro a sala de aula e saúdo os alunos: Bom Dia! Coloco a bolsa onde estão os apetrechos básicos de um professor ( livros, cadernos, lápis, caneta), sobre a mesa. Sento-me garbosamente, abro a caderneta para iniciar a chamada.

Ao remexer o interior da bolsa a procura de uma caneta, um esnobe e distinto “ser”, num voo rasante, atirou-se ao chão! A turma caiu numa crise de risos! Kkkkkkkk. Alguém exclamou: a barata saiu da sacola da tia!

Fiquei atônita mas fingir também achar graça! Pensava: Esta cena seria uma demonstração de imundície, descuido ou de sujeira ou simplesmente a barata pegou carona intencionalmente?

O problema é saber se ela foi a Escola com o intuito de ser aluna, professora ou simplesmente para fazer a tia passar vexame diante da classe!

Isto não é um conto de carochinha! É um conto baseado na real história de uma letrada baratinha!

Sobre a autora:

Maria do Carmo, residente na cidade de Mutuípe (BA), é autora da Coletânea Poética Retalhos de Vivências, tem poemas publicados em várias Antologias, sendo as mais recentes: Tabuleiro de Poesia, Seletos Versos, O Livro das Marias II e Sarau Brasil. Ela participa de eventos literários, sendo o mais recente no Palco aberto da III Feira Literária de Campina Grande/PB. Maria é professora da Escola Municipal Luís Eduardo Magalhães em Santo Antônio de Jesus e colunista do site de notícias Tribuna do Recôncavo.

“NA ONDA DO RÁDIO”, poesia em homenagem ao radialista Hélio Alves

"NA ONDA DO RÁDIO", poesia em homenagem ao radialista Hélio Alves - varzedo, saj, poesia, noticiasÀ esquerda Hélio Alves na Clube AM em 1996 | à direita na Clube FM em 2021

Em homenagem ao dia nacional do rádio, 25 de setembro, a poetisa Maria do Carmo, colunista do Tribuna do Recôncavo, expressa através da poesia uma homenagem ao radialista Hélio Alves, que desde criança sonhava em ser radialista e construiu uma trajetória no rádio, sobretudo na Clube FM, onde completou 25 anos na emissora em 1º de maio de 2021. Confira!

 

NA ONDA DO RÁDIO

Comunicação! Essencial à vida humana!

Desde os tempos primitivos, comunicar era preciso!

Antes das invenções tecnológicas, como o homem se comunicava?

Utilizando sinais, gestos e sons, seus sentimentos expressava.

 

Com o advento da tecnologia no Brasil, no século XX o rádio surgiu.

Que inovação! Uma essencial ferramenta na comunicação.

O Rádio, invadiu lares levando notícias e entretenimento.

Informações e radionovelas, eram as atrações do momento.

 

Este veículo de comunicação que nascia, necessitava de aparato.

A cooperação humana era essencial a sua evolução.

O Radialista, mediador, comunicador por excelência!

Sem a sua atuação, o rádio não teria eficiência.

 

A comunicação via rádio, pelo mundo se estendeu.

Ao campo e às cidades, levou informação e diversão.

Despertando em muitos, o desejo de atuar neste veículo de comunicação.

No Território do Recôncavo baiano, destaca-se um exemplo dessa vocação.

 

Na sua infância, já sonhava com esta profissão.

Simulava bancada e anúncios, o protótipo de uma rádio construía!

Brincando de radialista, com a comunicação se encantava.

Na adolescência, uma emissora primitiva já criava.

 

Esta emissora, era uma grande invenção para uma comunidade sem energia elétrica!

Mas já seria uma profecia do nascimento de um futuro radialista!

O som da Igreja fez parte da sua trajetória de comunicador!

Por ele anunciou o horário das missas, em leilões e eventos foi locutor.

 

Na década de 90, o sonho do “menino radialista” prosseguia!

Na Rádio Juventude, em sua terra natal (Varzedo), adentrava.

O mundo do rádio desvendava: festas, inaugurações, eventos,…

O sonho do “menino radialista”, se transformava em realidade naquele momento!

 

Prosseguindo com a sua atuação de comunicador,

Posteriormente, a equipe da então Rádio Clube AM, hoje Clube FM integrou.

Seu talento de radialista continuou demonstrando.

Nas áreas musical, jornalística e religiosa com empenho atuando.

Com a atuação de Hélio Alves, a história do rádio vem se perpetuando!

 

Jocinere Soares (Apresentação)

Maria do Carmo (Poesia)

Poema “CLAMOR DO NOSSO POVO” de Maria do Carmo

Poema “CLAMOR DO NOSSO POVO” de Maria do Carmo - poesiaFoto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil

Uma voz sufocada.

Um grito engasgado.

Um corpo enfraquecido.

Fome assolando.

Humanos desnutridos.

Lágrimas jorrando.

Estômago roncando.

Prato vazio.

Vozes sufocadas pelo descaso social.

Humanos caçam comida nos lixões.

O prato vazio espera por migalhas.

Os ossos antes descartados agora são disputados.

Estômago roncando, fome assolando!

Fome assolando, estômago roncando!

Até quando?

O povo brasileiro por justiça e dignidade clamando!

Até quando? Até quando?

Sobre a autora:

Maria do Carmo, residente na cidade de Mutuípe (BA), é autora da Coletânea Poética Retalhos de Vivências, tem poemas publicados em várias Antologias, sendo as mais recentes: Tabuleiro de Poesia, Seletos Versos, O Livro das Marias II e Sarau Brasil. Ela participa de eventos literários, sendo o mais recente no Palco aberto da III Feira Literária de Campina Grande/PB. Maria é professora da Escola Municipal Luís Eduardo Magalhães em Santo Antônio de Jesus e colunista do site de notícias Tribuna do Recôncavo.