O preço do café que chega à mesa do consumidor deve aumentar entre 35% e 40% até o fim de setembro. A estimativa é da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), que aponta uma série de fatores para explicar a iminente alta do preço, como a queda da produtividade devido às condições climáticas adversas e a maior demanda do mercado externo.
Segundo diretor-executivo da Abic, Celírio Inácio, nesse ano houve a soma de fatores que não se via desde o início da década de 1990. “O dólar está extremamente alto, o que, ao mesmo tempo que eleva os custos de produção, amplia a demanda externa [ao tornar o produto brasileiro financeiramente mais atraente]. Além disso, após colhermos uma excelente safra em 2020, a produção, que este ano já seria menor, foi prejudicada pela falta de chuvas e por sucessivas geadas”, disse Inácio.
De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a safra atual do café não deve ultrapassar 48,8 milhões de sacas de 60 kg de grãos. Se atingida, esta marca representará um resultado 22,6% inferior ao da temporada anterior. Situação que, conforme alertam os técnicos da empresa pública, pode se agravar caso a seca em regiões produtoras se prolongue por mais tempo.
Ainda Segundo Inácio, os produtores já esperavam colher um volume de grãos menor do que o do ano passado. Isto porque uma das características do cultivo do café é a bienalidade, ou seja, o fato de intercalar um ano de alta produtividade com outro de menor volume. Contudo, a intensidade da seca e/ou geadas que atingiram as principais regiões de cultivo do país obrigaram o setor a reduzir ainda mais suas expectativas iniciais.
Editado pelo Tribuna do Recôncavo | Informações: Agência Brasil