Rodoviários do transporte público de Salvador iniciaram uma paralisação na madrugada desta quinta-feira, dia 4, em manifestação por reivindicações de campanha salarial. Por causa disso, a capital baiana está sem parte da frota de ônibus, que só deve voltar a operar a partir das 8h. Com o atraso da saída das garagens, os rodoviários fizeram assembleias para deliberar sobre negociações com os empresários, que já passam de 30 dias. As reuniões são feitas nas garagens das concessionárias Plataforma, no bairro de Praia Grande, e na OT Trans, em Campinas de Pirajá.
Os trabalhadores afirmam que os patrões têm negado itens da pauta elaboradas pelos rodoviários. Entre essas reivindicações estão: reajuste salarial entre 10% e 11%, aumento de 10% no tíquete alimentação, compensação das horas extras e permanência dos cobradores das passagens nos veículos. Ao todo, a capital baiana tem cerca de 1.800 ônibus do transporte coletivo. Nesta manhã, só em uma das garagens, a da concessionária OT Trans, mais de 300 estão parados. Ainda não há um quantitativo do total de veículos que tiveram saídas atrasadas das garagens.
A paralisação afeta principalmente o miolo da cidade, além de todo o subúrbio – onde se concentra grande parte dos trabalhadores e estudantes que precisam do transporte urbano para se locomover, pela falta de outro sistema de transporte rodoviário. Por causa da manifestação dos trabalhadores, a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob) disponibilizou os veículos do sistema complementar, os chamados “amarelinhos”, para dar apoio à operação emergencial até que o funcionamento dos ônibus seja normalizado.
O representante das concessionárias, Jorge Castro, detalhou que quatro reuniões de negociações já foram feitas, e mais de 40% das cláusulas já foram acordadas entre as partes. As questões que ainda estão pendentes são as econômicas: reajuste salarial, tíquete alimentação e plano de saúde. A alegação é de que o setor passa por dificuldades financeiras e não tem a possibilidade de atender aos rodoviários. Ainda segundo Jorge, não é discutida a retirada dos cobradores de passagem dos ônibus e esses trabalhadores seguirão trabalhando normalmente.
Os pontos de ônibus ficaram cheios. Com a redução dos veículos, os passageiros precisaram se espremer dentro dos coletivos. Por causa da redução da frota, muitas pessoas não conseguiram entrar nos ônibus que circularam, porque eles acabaram lotados. A Semob também informou que acompanha a movimentação nos principais pontos da cidade e nas estações de transbordo, para orientar os usuários durante a paralisação. A pasta disse ainda que tem acompanhado as negociações entre os rodoviários e as concessionárias.
Os rodoviários disseram ainda que, caso as reivindicações econômicas não voltem a ser negociadas pelos empresários, outras ações da categoria não estão descartadas, a exemplo de outras assembleias, passeatas pela cidade e uma “greve de advertência de 24 horas”.
Edição: Pietra Dantas – estagiária | Supervisão: Hélio Alves/ Tribuna do Recôncavo | Fonte: G1.