Por Fabiano de Abreu
Já era prevista a possibilidade de que pessoas com depressão e/ou ansiedade potencializada, no confinamento, sendo bombardeadas com notícias ruins e a má utilização da ansiedade, poderiam piorar o quadro depressivo ou chegar nele; e ter um aumento no número de suicídios.
Estamos no ‘Setembro Amarelo’, e nunca na história este tema se tornou tão relevante como no momento de pandemia que vivemos. A campanha iniciada em 2015 no Brasil escolheu o mês de setembro para que possamos nos conscientizar e ajudar contribuindo com a prevenção, assim é possível evitar que a depressão leve ao suicídio.
Após relatos de suicídios relacionados com o coronavírus e o confinamento, o PhD, neurocientista, psicanalista, membro da Mensa e especialista em estudos da mente humana, Fabiano de Abreu, concentrou-se em pesquisas e análises para avaliar o que ele já previa ocorrer.
Se você sofre de “Depressão”, observe algumas questões “preventivas” bastante pertinentes nesse momento de reclusão e isolamento social por conta da Pandemia:
- Mantenha o seu tratamento psicoterápico via on-line, a grande maioria dos profissionais estão trabalhando nessa modalidade.
- Se faz uso de medicação, siga corretamente a prescrição médica. Não aumente a dosagem, nem suspenda a medicação por conta própria.
- Se a sua medicação está perto de acabar, entre em contato com o seu Psiquiatra.
- Mantenha-se informado somente por vias sérias e éticas de notícias. Evite “Fake News”.
- Trabalhe a sua respiração através da meditação. A respiração consciente e ritmada, mantém a homeostase do corpo.
- Durma bem, o sono fisiológico possibilita uma “psicoprofilaxia”, filtragem e limpeza de metabólitos cerebrais.
- Mantenha uma alimentação equilibrada, priorizando alimentos funcionais, menos processados e coloridos.
- Beba água, mantenha-se hidratado para o melhor funcionamento de todo o sistema de filtragem e eliminação, mantendo o organismo em bom funcionamento.
- Use a criatividade e o espaço possível para uma atividade física que goste.
- Evite excesso de álcool, evite drogas. Mantenha-se lúcido.
- Mantenha a rotina, isso faz com que você continue orientado no tempo.
- Desenvolva um plano, e faça um planejamento para realizar uma “comemoração” quando tudo isso passar.
- Traga para sua mente bons pensamentos e boas emoções. O que nós pensamos nós sentimos.
- Pense coisas boas!
- Sinta-se pertencendo a um grupo, pode ser uma associação, pastoral ou outro grupo na igreja. “O sentimento de pertencimento é a crença subjetiva numa origem comum que une distintos indivíduos, onde as pessoas pensam em si mesmas como membros de uma coletividade na qual símbolos expressam valores, medos e aspirações”, (administradores.com).
- Faça chamadas de vídeo ou mesmo videoconferência para reunir os amigos.
- Não falta tempo, por isso organize a casa, os armários, leia os livros que guardou na estante, assista aos filmes e as séries que queria e não tinha “tempo”.
- Descubra um talento oculto, e trabalhe-o como uma TO – Terapia Ocupacional: Escrever, desenhar, pintar, esculpir, cozinhar e bordar vão lhe fazer muito bem.
Para casos mais graves em que tenha ocorrido uma tentativa ou pensamentos de suicídio, trabalhe na “redução de danos”, seguindo orientações básicas:
- Seja presente de forma integral na vida do depressivo.
- Aproxime-se de pessoas que estão em sofrimento emocional/psicológico.
- Ofereça conversa com escuta de qualidade.
- Conduza a conversa até perceber que a pessoa está segura e confiando em si.
- Pergunte abertamente se ela já pensou na própria morte.
- Com o terreno preparado, pergunte se ela já pensou em tirar a própria vida.
- Pergunte que método ela escolheria e por que seria assim?
- Deixe-a falar, chorar, contar todo o seu plano.
- Após tomar conhecimento da idealização e do planeamento, mostra-se solidário.
- Compreenda “sem julgar”, a partir daí ofereça um “pacto ou um contrato de preservação” à vida.
- O desafio e a confissão trazem alívio. Deixando a pessoa com o recurso de procurar ajuda naquele confidente ou num grupo de ajuda.
- Quando nos esvaziamos desse sentimento de angústia e desesperança, começamos a valorizar a vida.
- Ter alguém que guarda o nosso segredo conecta-nos a um outro ser. Esse sentimento de confiança forma um elo e traz motivação para superar o momento.
- Ter ciência do plano e do planeamento para a execução, podendo tirar da pessoa a ferramenta que ela utilizaria.
- Recolha a medicação, retire o que puder ser feito de corda, lâminas cortantes, e não deixe a pessoa sozinha.
- A presença traz a companhia e inibe a tentativa de atentar contra a própria vida.
Biografia
Endereço para acessar este CV: http://lattes.cnpq.br/1428461891222558
Como cientista em Portugal: https://www.cienciavitae.pt/portal/en/8316-38CC-0664
Como cientista internacional: https://orcid.org/0000-0002-5487-5852
Adaptado pelo Tribuna do Recôncavo | Matéria: Jennifer da Silva/ Suporte MF Press Global