O adolescente de 12 anos, que havia sobrevivido à chacina em Mata de São João, na Região Metropolitana de Salvador, morreu neste domingo, dia 10, em Salvador. Ele é a 10ª vítima do ataque a duas casas ocorrido em 28 de agosto. O garoto teve mais da metade do corpo queimado e estava internado em estado gravíssimo, no Hospital Geral do Estado (HGE), na capital baiana, desde o dia do crime.
O corpo dele foi levado para o Instituto Médico Legal (IML) de Salvador. O pai do jovem fará a liberação do corpo. Ainda não há informações sobre o dia do velório e sepultamento, que será na cidade de Alagoinhas, onde outras três vítimas foram enterradas.
Durante o ataque, o adolescente se escondeu debaixo de uma cama e, por isso, não foi visto pelos criminosos durante ação. Mesmo com ferimentos causados pelo fogo, ele conseguiu sair na rua pedindo socorro e bateu nas portas de alguns vizinhos, até ser acolhido por duas moradoras em um dos imóveis. Ambas foram mortas a tiros.
No primeiro imóvel atacado estava um bebê com idade entre um ano e meio e dois anos, que, segundo a polícia, foi poupado pelos criminosos e resgatado pelo pai. Não há informações do paradeiro do bebê e do pai.
“Essas duas senhoras são verdadeiras mártires dessa barbárie. Elas abriram a porta para essa criança. Contudo, os executores perseguiram o adolescente e mataram as senhoras”, afirmou a delegada Christiane, ressaltando que no segundo imóvel não havia indícios de fogo nem de outros ocupantes.
A Polícia Civil da Bahia afirmou que a chacina foi motivada por ciúmes e tinha inicialmente apenas uma pessoa como alvo.
O crime ocorreu no dia 28 de agosto e, horas depois, um suspeito de envolvimento com a ação criminosa foi preso. O homem que a polícia aponta como mandante do crime foi morto em confronto com a polícia junto com outro suspeito um dia depois.
O homem considerado o último suspeito de participar da chacina morreu após um confronto com policiais militares, no final da noite de 5 de setembro, durante uma tentativa de fuga para a cidade de Dias D’Ávila (BA).
De acordo com a delegada Christiane Inocência Coelho, diretora do Departamento de Polícia Metropolitana (Depom), os quatro autores do crime fazem parte de uma facção criminosa — embora a delegada não tenha informado qual seria a organização.
No entanto, a delegada responsável pelo caso apontou que o que motivou o crime foi o fato de o suposto mandante sentir ciúmes de uma das vítimas, que seria o ex de sua atual namorada. Este alvo foi identificado como Preá. Ele era procurado pela polícia e tinha mandados judiciais expedidos por lesão corporal, tráfico de drogas, homicídio e violência doméstica.
“Estamos trabalhando com [a hipótese de] crime passional e as diligências permanecem. Não posso informar nomes porque comprometeria o andamento das investigações, mas temos um alvo principal e um ‘alvo aleatório'”, disse a delegada na ocasião.
A delegada explicou que até a atual sogra do mandante, Cristiane Bispo dos Santos, de 37 anos, foi uma das vítimas. Ela teria sido atingida porque o alvo principal, Carlos Augusto Gonzaga dos Santos, de 41 anos, apelidado de Preá, que é ex-namorado da filha de Cristiane, estava na casa dela.
Ainda não se sabe o motivo de o ex-namorado da filha de Cristiane estar na casa. A mulher que namorava o mandante do crime estava fora de casa quando o crime aconteceu.
Outras duas mulheres, que foram mortas a tiros na casa vizinha, foram identificadas como as irmãs Clícia Costa Magalhães, de 35 anos, e Sara Miranda Magalhães, de 56 anos.
Das dez vítimas, apenas o corpo de um homem ainda foi identificado pelo Departamento de Polícia Técnica.
Fonte: G1.