Por Pollyanna Rodrigues Gondin – Doutora em Economia e Políticas Públicas
Mesmo antes das eleições presidenciais no Brasil, o debate sobre a importância da privatização das estatais já era um tema bastante explorado. Entretanto, na última semana, essa temática ganhou novamente destaque na mídia diante da intervenção do presidente Jair Bolsonaro na Petrobrás. Desde então, a população brasileira vem se perguntando quais os impactos que, essa intervenção, pode causar? E de fato, o país inicia um processo de privatização das suas estatais?
Primeiro, vamos entender, resumidamente, a polêmica por trás da ação na Petrobrás e depois, passaremos para uma análise dos seus possíveis impactos e do processo de privatização. Diante do anúncio, promovido pela estatal, sobre a nova alta do preço do diesel e da gasolina promovidos pela valorização do petróleo, Jair Bolsonaro, anunciou a indicação do general Joaquim Silva e Luna para o cargo de presidente da empresa em substituição a Roberto Castello Branco. Essa ação foi vista de modo negativo pela população e também pelo mercado.
Em termos financeiros, a Petrobrás perdeu cerca de R$28 bilhões em valor de mercado no dia 19 de fevereiro e R$74 bilhões no dia 22 de fevereiro. Esses valores são expressivos e no montante as perdas já ultrapassam R$102 bilhões. Soma-se a isso, as perdas no mercado de ações, em que os papéis preferenciais da empresa, caíram 21,5% e as ações ordinárias, 20,5%.
As perdas no mercado financeiro, decorrentes da intervenção na estatal, sinalizaram como essa intervenção foi vista de modo negativo pelo mercado global. Para muitos especialistas, haverá efeitos de longo prazo na percepção do investidor, ressaltando, inclusive, os impactos contraproducentes com a perda de investimento externo.
Infelizmente já vivemos um momento de grandes incertezas e instabilidade econômica no nosso país. Decorrentes apenas da pandemia? Não, a crise sanitária só intensificou o que já era esperado no início do ano de 2020: um baixo crescimento econômico, inflação, desvalorização do real, alta do desemprego, dentre outros. Assim, com uma expectativa ruim em relação ao Brasil, a intervenção na estatal, sem seguir o protocolo dos trâmites legais, só agravou o cenário de incertezas do investidor estrangeiro no que se refere ao ambiente de negócios do Brasil.
E quais são os possíveis impactos da não entrada de capital estrangeiro ou até mesmo, da fuga desse capital do nosso país? Os impactos podem ser sentidos em diversas esferas, uma vez que, já apresentamos uma retração econômica, alto desemprego, etc. Mas podemos ressaltar aqui a queda dos investimentos, sejam eles produtivos ou não, e também, uma possível desvalorização cambial em decorrência dessa fuga de divisas, o que acaba encarecendo a moeda estrangeira frente ao real. E como impacto dessa desvalorização, um encarecimento das importações, o que afeta o consumidor diretamente e indiretamente através do encarecimento dos produtos e os produtores, que veem o preço dos seus insumos de produção aumentarem. Para além disso, as perdas no mercado financeiro da Petrobrás, podem culminar em declínio de valor das refinarias de petróleo da empresa, o que pode acometer o valor de venda dessas refinarias ou até mesmo causar o desinteresse por parte de potenciais compradores.
Devemos considerar que a estratégia do presidente em intervir politicamente em uma das maiores estatais brasileiras, ignorando os trâmites legais necessários, pode gerar imensos prejuízos no longo prazo. Mas, e as privatizações, devem avançar? Já existe uma lista com nomes de grandes estatais que devem passar pelo processo de desestatização, dentre essas é possível citar o Correio e a Eletrobras. Essas privatizações podem ser benéficas para a população em geral? Depende da forma como as mesmas serão conduzidas para não onerar o consumidor final. Para além disso, nunca é interessante deixar setores estratégicos nas mãos do setor privado, pois isso pode causar um enfraquecimento e um desmonte público.
Sobre a autora:
Pollyanna Rodrigues Gondin possui graduação(2008) e mestrado (2011) em Economia pela Universidade Federal de Uberlândia. Doutorado Sanduíche em Economia na Universidade de Coimbra (fevereiro de 2015 a janeiro de 2016). Doutorado em Políticas Públicas pela Universidade Federal do Paraná (2017). É professora da Escola de Negócios do Centro Universitário Internacional Uninter.
Matéria: Elton Telles/ PG1


Foto: Fernando Frazão/ Agência Brasil


Arquivo Pessoal 
Arquivo Pessoal
Foto: Luciano Almeida
Arquivo Pessoal
Imagem de Rudy and Peter Skitterians por Pixabay
Imagem ilustrativa de mike1497 por Pixabay
Imagem de monicore por Pixabay
Arquivo Pessoal
Foto: Juca Varella/ Agência Brasil
Foto: Hélio Alves/ Tribuna do Recôncavo
Image by Cesar Abud from Pixabay
Arquivo: Tribuna do Recôncavo
Foto: Hélio Alves/ Tribuna do Recôncavo
Imagem Ilustrativa | Foto: Hélio Alves/ Tribuna do Recôncavo
Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil
Foto: Hélio Alves/ Tribuna do Recôncavo
Foto: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil
Foto: PM
Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil
Foto: Divulgação
Imagem de Harry Strauss por Pixabay
Foto: Hélio Alves/ Tribuna do Recôncavo
Imagem por Karolina Grabowska de Pixabay
Image by Daniel Reche from Pixabay
Foto: Reprodução/ Vídeo
Foto: Sapeaçu na Mídia.
Foto: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil
Foto: Reprodução/ Vídeo
Imagem de Kevin Phillips por Pixabay
Foto: Antonio José/ Agencia Brasil
Foto: Camila Souza/ GOV-BA
Imagem ilustrativa de naeim a por Pixabay
Imagem Ilustrativa | Foto: Reprodução/ Vídeo
Foto: Alan Santos/ Agência Brasil
Arquivo Pessoal
Imagem ilustrativa by PublicDomainPictures from Pixabay
Arquivo Pessoal
Foto: José Cruz/ Agência Brasil 
Imagem Ilustrativa | Foto: Hélio Alves/ Tribuna do Recôncavo
Image by Steve Buissinne from Pixabay
Imagem ilustrativa de KarriTsa por Pixabay
Foto: Hélio Alves/ Tribuna do Recôncavo
Foto: Fábio Pozzebom/ Agência Brasil
Imagem de Radoan Tanvir do Pixabay
Arquivo Pessoal
Foto: br.freepik.com
Imagem de James de Castro James por Pixabay
Imagem de Cindy Parks por Pixabay
Imagem de Alfred Derks por Pixabay
Foto: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil
Imagem ilustrativa de Joyce Campos por Pixabay
Crédito: Erickson Araujo
Imagem ilustrativa da Foto: Hélio Alves/ Tribuna do Recôncavo
Imagem de Md Sabbir Hossain por Pixabay
Foto: Hélio Alves/ Tribuna do Recôncavo
Imagem ilustrativa de drewstewart por Pixabay
Foto: Marcelo Casal Jr/ Agência Brasil
Foto: Fábio Cruz/Recôncavo no Ar
Imagem de Michal Jarmoluk por Pixabay
Image by Martin Lutze from Pixabay
Foto: Ricardo Stuckert/Secom-PR
Foto: Hélio Alves/ Tribuna do Recôncavo
Imagem de intographics por Pixabay
Foto: Reprodução/ Forte na Notícia
Image by Adriano Gadini from Pixabay
Foto: Lucilene Silva Queiroz
Imagem ilustrativa | Foto: Hélio Alves/ Tribuna do Recôncavo
Imagem de Michal Jarmoluk por Pixabay
Imagem ilustrativa de João Paulo por Pixabay
Imagem de
Foto: Luciano Almeida
Foto: Reprodução/ Video
Reprodução/ Video - @cefasportas
Foto: Claudio Lima
Imagem Ilustrativa | Foto: Hélio Alves/ Tribuna do Recôncavo
Arte: Divulgação
Foto: Luiz Carrera/ SECBA
Foto: Divulgação
Foto: Arquivo Pessoal
Imagem de Michal Jarmoluk por Pixabay
Foto: Arquivo Pessoal
Foto: Joá Souza/GOVBA
Foto: Arquivo Pessoal
Foto: Adriel Francisco
Na foto, Vinicios e Leandro
Foto: Fred Pontes
Imagem ilustrativa de jessicauchoas por Pixabay
Imagem de musiking por Pixabay
Foto: Arquivo Pessoal
CEF de Amargosa | Crédito: Hélio Alves/ Tribuna do Recôncavo
Foto: Hélio Alves/ Tribuna do Recôncavo
Imagem ilustrativa de Wokandapix por Pixabay
Image by Chokniti Khongchum from Pixabay
Imagem ilustrativa de Andreas Breitling por Pixabay
Foto: Jonas Souza
Foto: Arquivo Pessoal