Por Júlia Matos – Bacharelanda em Jornalismo e Relações Internacionais
Acabamos de sair de um ano traumático, em 2020 fomos surpreendidos por um vírus que causa doenças respiratórias, altamente contagioso. Passamos um ano inteiro batendo recordes de mortes, todos os dias 1000 vidas se perdiam, eram tantos caixões, tantas covas que normalizamos, o brasileiro se habituou a ver os números terriveis, as estatísticas cruéis e a chamar a barbárie de “novo normal”.
Enquanto outros países quando batiam 300 mortos por dia reforçavam o lockdown, fechavam tudo, multavam quem se atrevesse a estar na rua, pois o cenario é de guerra no mundo todo. Aqui quando batemos 400 mortos por dia, relaxamos, achamos viável que se realizassem eleições, achamos viável que se flexibilizasse um isolamento que nunca existiu de verdade, nos permitimos comemorar o ano novo e o carnaval pois estavámos “cansados” do vírus, das máscaras e dos litros e litros de alcool em gel, mas a conta chegaria. Quem não se permitiu se anestesiar com a fantasia de que a pandemia estava controlada e se propôs a encarar a realidade dolorida não se permitiu também esquecer que essa conta chegaria, e ela chegou, pagamos para ver e não gostamos agora do preço alto que estamos pagando.
Como uma boa estudante de jornalismo, obcecada pela realidade nua e crua, foi quase impossível não me fazer alguns questionamentos, tipo o que nós estávamos realmente comemorando em meados de fevereiro? Os recordes de mortes? As fakes news absurdas a cerca da vacina contra a covid-19? Um ano onde milhares de pessoas perderam suas vidas, seus empregos, seus entes queridos? A guerra não estava vencida, por quê nos permitimos comemorar uma guerra que sempre estivemos perdendo?
Em meio isso tudo, aumentaram os questionamentos sobre a ciência, o Brasil em meio a maior crise sanitária da sua história, também passa por sua maior crise negacionista, onde 1000 pessoas morrem todos os dias, e temos representantes invalidando a necessidade de vacinas e das medidas sanitárias contra a Covid-19.
Mas, a ciência fez a sua parte, a ciência já nos deu todas as respostas: isolamento, máscaras, e vacinação em massa. Isso é tudo que podemos fazer e também é o suficiente.
O Brasil acaba de viver seu pior capítulo da pandemia, 1.954 brasileiros mortos em 24h por Covid-19. As pessoas agora nem ao menos chegam aos leitos, elas estão morrendo aos montes nas filas dos hospitais, as funerárias anunciando que não iriam conseguir entregar caixões suficientes, os necrotérios encomendando conteiners refrigerados para os corpos pois estamos ficando sem espaços para tantas vitimas. Quando eu vejo que as pessoas acham pouco 260.000 mortes, eu lembro que os Estados Unidos na sua guerra contra os vietcongos perderam 50 mil soldados, durante toda a guerra.
É um absurdo nós ainda questionarmos se um lockdown total é realmente necessário, óbvio, existe um impacto econômico imenso, isso é inegável, mas a economia só irá se recuperar se as pessoas estiverem vivas para recuperá-la. É óbvio que existe um impacto econômico que não deve ser ignorado, nossa economia se encontra em uma das suas piores fases, e isso afeta muitas pessoas, esse é o momento de prefeitos, governadores e parlamentares levantarem de suas mesas e pressionarem o governo federal por medidas urgentes, o Brasil precisa agora de auxílio emergencial, isenções fiscais aos pequenos empresários e vacinação em massa.
Fica aqui também um apelo para que a população respeite acima de tudo os protocolos de segurança, não vamos normalizar essa tragédia, não vamos nos permitir esquecer de todas as vidas que se foram, nem nos permitir esquecer as pessoas que negligenciaram a situação quando seus deveres eram cuidar da população, nas eleições do ano que vem. Os livros de história jamais nos deixarão esquecer os verdadeiros culpados pela situação. Enquanto isso, pessoas seguem morrendo nas filas dos hospitais por falta de leitos, e outros continuam fazendo festas clandestinas, como aconteceu em São Paulo, onde fiscais pararam uma festa em um cemitério.
Fica aqui o apelo, continuem se cuidando, por você, pelas pessoas que você ama e por toda sociedade, se não andarmos juntos, infelizmente, a pandemia não vai acabar.
Dedico essa matéria a todos os 268.370 brasileiros mortos pela covid até então e suas famílias que nesse momento sentem uma dor que maior parte de nós não conseguiria imaginar.
Sobre a autora
Ana Júlia Lima Matos é Bachareladanda em Jornalismo e Relações Internacionais na Universidade Estácio de Sá, em Salvador.


Imagem ilustativa de kalhh por Pixabay


Foto: Paulo Cesar Amaral 
Foto: Tribuna do Recôncavo
Foto: Tatiana Azeviche Ascom SeturBA
Imagem ilustrativa de Andreas Breitling por Pixabay
Foto: Manuela Cavadas-/Seagri
Foto: Luciano Almeida
Foto: André Frutuôso
Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil
Image by Wokandapix from Pixabay
Imagem Ilustrativa de Angelo Esslinger do Pixabay
Imagem ilustrativa de Wokandapix por Pixabay
Foto: Joseane Rodrigues
Imagem de freepik
Image by 3D Animation Production Company from Pixabay
Foto: Darlan Nunes/ Seagri
Imagem de Luk Luk do Pixabay
Imagem de Esi Grünhagen por Pixabay
Foto: Hélio Alves/ Tribuna do Recôncavo
Foto: Giulia Guimarães_Ascom SDE
Foto: Divulgação
Foto: Agnelo Câmara (Ascom/Sudene)
Image by Daniel Reche from Pixabay
Imagem de Free-Photos do Pixabay
Foto: Divulgação
Foto: Virginia Duarte
Imagem Ilustrativa | Foto: Hélio Alves/ Tribuna do Recôncavo
Image by Free stock photos from www.rupixen.com from Pixabay
Foto: Ane Novo/ Ascom SPM
Imagem de mohamed Hassan por Pixabay
Foto: Hélio Alves/ Tribuna do Recôncavo
Foto: Jerônimo Gonzalez/MS
Foto: Divulgação
Imagem Ilustrativa | Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil
Arte: Divulgação
Imagem de Antonio Corigliano do Pixabay
Arte: Divulgação
Image by Niek Verlaan from Pixabay
Imagem de Daniel Reche por Pixabay
Foto: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil
Foto: Luciano Almeida
Imagem de Arek Socha do Pixabay
Foto: Claudio Lima
Imagem por congerdesign de Pixabay
Foto: Mariana Alves/Iphan
Foto: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil
Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil
Foto: Dora Sugimoto
Foto: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil
Foto: Elka Macêdo
Foto: Hélio Alves/ Tribuna do Recôncavo
Image by Firmbee from Pixabay
Imagem Ilustrativa | Foto: Luciano Almeida
Foto: Cadu Gomes/VPR
Foto: PRF
Imagem de Gerd Altmann por Pixabay
Foto: Hélio Alves/ Tribuna do Recôncavo
Foto: Uanderson Alves/ Tribuna do Recôncavo
Foto: Arquivo Pessoal
Image by StockSnap from Pixabay
Foto: Divulgação/ Polícia Federal
Imagem Ilustrativa | Foto: Uanderson Alves/ Tribuna do Recôncavo
Foto: Arquivo Pessoal
Foto: Geraldo Carvalho
Foto: Reprodução/ Vídeo
Imagem de Susanne Jutzeler, Schweiz, da Pixabay
Foto: Rafael Rodrigues/EC Bahia
Foto: Victor Ferreira/EC Vitória
Foto: Hélio Alves/ Tribuna do Recôncavo
Imagem de Darko Stojanovic de Pixabay
Foto: Arquivo Pessoal
Foto: Reprodução/ Vídeo
Imagem Ilustrativa | Foto: Hélio Alves/ Tribuna do Recôncavo
Foto: Hélio Alves/ Tribuna do Recôncavo
Foto: Reprodução/ Vídeo - ALBA
Ilustrativa | Foto: Haeckel Dias/ Ascom PC
Imagem Ilustrativa | Arquivo: Tribuna do Recôncavo
Imagem Ilustrativa de sungmin cho por Pixabay
Foto: Luciano Almeida
Foto: Uanderson Alves/ Tribuna do Recôncavo
Imagem de Katrin B. por Pixabay
Imagem ilustrativa de Couleur por Pixabay
Foto: Arquivo Pessoal
Imagem de silviarita do Pixabay
Foto: Djalma Ameida/ CPN
Foto: Amanda Ercília/GOVBA
Foto: Ricardo Stuckert / PR
Foto: Alberto Maraux/SSP
Imagem Ilustrativa by Free-Photos from Pixabay
Image by Terri Cnudde from Pixabay
Foto: Arquivo Pessoal
Foto: Hélio Alves/ Tribuna do Recôncavo
Imagem de James de Castro James por Pixabay
Foto: Hélio Alves/ Tribuna do Recôncavo
Foto: Hélio Alves/ Tribuna do Recôncavo