Leslie Van Houten, hoje com 73 anos, tinha 19 quando se juntou à “família Manson”, uma seita liderada pelo criminoso Charles Manson. Ela era a mais nova do grupo.
A “família Manson” foi um grupo liderado por Charles Manson, nos anos 1960, nos Estados Unidos. Manson exercia uma influência manipuladora sobre seus seguidores, a quem ele chamava de “família”. Eles se envolveram em uma série de crimes e assassinatos motivados por uma mistura de ideias distorcidas, como uma suposta “guerra racial” e uma visão apocalíptica do mundo.
Leslie foi julgada pela primeira vez em 1971 por um assassinato cometido em agosto de 1969. Na Justiça, ela contou que esfaqueou cerca de 15 vezes a barriga de Rosemary LaBianca, uma mulher de 38 anos, limpou suas digitais de objetos que poderiam incriminá-la e queimou as próprias roupas depois dos crimes. Ela também disse que pegou queijo e leite achocolatado da geladeira de Rosemary e do marido dela, que também foi assassinado, antes de sair da casa dos dois.
Na noite anterior ao assassinato do casal Labianca, a “família” Manson tinha invadido a casa do diretor de filmes Roman Polanski. O cineasta não estava em casa, mas a mulher dele, Sharon Tate, de 26 anos, grávida de 8 meses, e quatro amigos estavam no local e foram assassinados.
A Suprema Corte da Justiça da Califórnia decidiu que ela atende as condições para passar para a liberdade condicional. O governador do estado, Gavin Newson, poderia tentar reverter a decisão, mas ele decidiu que não vai fazer isso, apesar de não concordar com a decisão da Justiça: “Mais de 50 anos após o culto de Manson cometer esses assassinatos brutais, as famílias das vítimas ainda sentem o impacto”, diz o comunicado do governador.
A juíza Helen I. Bendix, da Justiça da Califórnia, disse em sua decisão que “Van Houten tem apresentado esforços de reabilitação extraordinários, perspicácia, arrependimento, planos realistas de liberdade condicional, apoio da família e amigos, relatórios institucionais favoráveis”.
Leslie já disse que se arrependeu por participar dos assassinatos. Segundo ela, na época dos crimes ela estava com problemas mentais que eram agravados pelo uso de LSD e que ela acreditava que Charles Manson era Jesus Cristo.
Morto na prisão em 2017, Charles Manson é um dos criminosos americanos mais notórios de todos os tempos. Em 1971, foi condenado à pena de morte, mas a sentença foi posteriormente comutada para prisão perpétua, junto com quatro de seus seguidores pelo sangrento massacre de agosto de 1969, no qual sete pessoas morreram.
O “guru” psicopata que na década de 1960 formou uma comunidade no deserto da Califórnia, conhecida como a Família Manson, considerava-se a reencarnação de Cristo. Apresentado durante seu julgamento como um louco solitário com impressionantes poderes de persuasão, Manson ordenou que seus seguidores matassem aleatoriamente habitantes de bairros brancos e elegantes de Los Angeles, na esperança de iniciar uma guerra racial – na qual ele achava que os brancos sairiam vitoriosos.
Leslie e outros seguidores de Manson foram condenados por matar o casal Leno e Rosemary LaBianca em agosto de 1969. Leno era um comerciante de 44 anos, e Rosemary, de 38 anos a esposa dele. Os dois foram assassinados em sua casa, localizada no bairro de Los Feliz, na cidade de Los Angeles. Os membros da “família” Manson invadiram a residência durante a noite e mataram o casal. Leslie esfaqueou Rosemary diversas vezes, e o próprio Manson a atacou com uma baioneta.
O grupo escreveu frases na parede e na geladeira com o sangue das vítimas (“morte aos porcos” e “helter skelter”, o nome que Manson dava às teorias apocalípticas de guerra racial dele). Leslie foi presa depois de cerca de três meses.
Editado pelo Tribuna do Recôncavo | Fonte: G1.