Dois meses após a partida de Salvador, a expedição comandada pelo velejador Aleixo Belov, 79 anos, está a caminho agora do Havaí. O arquipélago será a quarta parada da tripulação rumo ao Estreito de Bering, no oceano Ártico. Esse trecho da viagem, que deve durar mais de 30 dias, trará grandes desafios para a equipe, como afirma o comandante. “Vamos passar por uma zona sujeita a ciclones um pouco ao sul de Havaí”, antecipa ele, que está confiante.
“O maior desafio é não chegar ao oceano Ártico com atraso, porque, senão, o gelo fecha e não poderemos atravessar o Estreito de Bering”, afirma Belov, que, antes, passou pelo Panamá, onde ele e a equipe atravessaram o canal que liga o oceano Atlântico ao oceano Pacífico, uma das rotas comerciais mais importantes do mundo. Desse país até o Havaí são cerca de 4.800 milhas náuticas (mais de 8.800 km) de distância.
A tripulação também já esteve na paradisíaca Grenada, no mar do Caribe, na primeira parada internacional do grupo, e em Natal, no Rio Grande do Norte. A travessia entre esses dois pontos foi marcada por surpresas, como narra Belov: “O vento era variável, porém favorável, além de ter uma correnteza sempre a favor. Em alguns dias ele foi tão forte que velejamos em uma velocidade maior que 10 nós. Tudo tremia e metia medo que os panos não aguentassem e fomos obrigados a apelar para os rizos (redução de vela). Estávamos meio esquecidos desta manobra, mas deu tudo certo. A maior preocupação era com os navios, para evitar que um deles passasse por cima da gente”.
Ele ainda conta que, “ao chegar em Grenada, tivemos que ancorar fora do porto em uma zona de quarentena. Só depois de comprovada a vacinação, de apresentar os testes de PCR e medida a temperatura de todos os tripulantes, fomos autorizados a nos dirigir para a Marina Port Louis, onde fomos recebidos pela imigração e demais autoridades. Pagamos a marina e estávamos livres para viver a vida desta ilha das especiarias. Como foi bom chegar”.
Matéria: Juracy dos Anjos/ agenciaat