O Ministério Público Federal (MPF) instaurou inquérito civil para investigar os indícios de plantio de eucalipto dentro de terras indígenas no extremo sul da Bahia. A determinação é do procurador da República, José Gladston Viana Correia, e apuração será feita pela 6ª Câmara de Coordenação e Revisão do MPF. O inquérito, segundo o MPF, vai apurar os impactos ambientais gerados pela eucaliptocultura nas comunidades indígenas do extremo sul.
O órgão também aponta a possibilidade de concessão de licenças ambientais sem consulta prévia aos indígenas afetados e sem estudos de impactos ambientais nas comunidades. Relatório publicado pela Associação dos Geógrafos Brasileiros (AGB) confirma aumento de 471% nas áreas com cultivo de eucalipto, em 35 anos, e perdas de 44% e 15% das áreas de mata e pastagem/agricultura, respectivamente.
Conforme o documento, esse crescimento da área plantada “gerou aumentos na criminalidade, na concentração de terras, na desigualdade social e no êxodo rural”. O relatório aponta que os cultivos de eucalipto estão presentes na porção litorânea, a maior concentração está nos municípios mais ao sul, como Caravelas, Ibirapuã, Nova Viçosa e Mucuri, já na fronteira com os estados de Minas Gerais e Espírito Santo. A pesquisa fez um comparativo dos anos de 1986, 1996, 2007 e 2021.
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