O Fantástico ouviu, com exclusividade, as histórias de três mulheres que dizem ter sido vítimas de importunação sexual durante viagens de avião e que, agora, lutam para que os homens que elas denunciam sejam investigados.
O primeiro caso é o da nutricionista e mestra de capoeira Carolina Magalhães, que viajou com o marido ao Japão para lançar um livro e visitar cursos promovidos por seus ex-alunos. O problema aconteceu na volta para casa, no terceiro trecho da viagem, de Dubai para São Paulo.
“Entramos no voo da Emirates e fomos para o assento. Meu marido ficou na janela, ele é muito grande, eu no meio. Aí chegou o passageiro”, contou. Depois de cerca de seis horas de voo, com a luz do avião ainda acesa, veio o susto: “Eu percebi que ele começou a manipular a genitália. Eu não acreditei”, recordou Carol.
Caso número dois
A segunda vítima, que não quis se identificar, estava indo visitar a família. Era um voo nacional, de São Paulo para Porto Alegre. “Eu estava mexendo no celular e eu vi que ele fazia aquele movimento muito forte, mas eu não queria acreditar que isso estava acontecendo, até pelo local que eu estava. E foi então que eu decidi olhar o que ele estava fazendo, e eu vi que ele estava se masturbando”, disse.
Caso número três
A terceira vítima, que também preferiu não se identificar, é uma executiva que fazia uma viagem de trabalho. Ela tinha saído de São Paulo para a cidade do Panamá, onde fez uma conexão, e estava a caminho de Kingston, na Jamaica. “Essa pessoa se sentou ao meu lado, esse homem. No momento em que serviram a comida, ou seja, baixaram a mesa, eu notei que ele realmente estava com uma ereção e estava se masturbando”, contou a vítima.
Importunação sexual é crime ️
A importunação sexual acontece quando alguém tenta satisfazer seu próprio prazer – ou de terceiros – sem o consentimento da vítima. Virou crime há cinco anos, depois de um homem ter ejaculado em uma mulher em um ônibus.
Só entre 2021 e 2022, houve um aumento de 37% no número de casos no Brasil.
“Quando a gente olha para todos os indicadores de violência contra a mulher no último ano, a gente vê um crescimento em todos eles. Isso nos preocupa muito porque, embora a gente esteja avançando, falando mais, registrando mais, a gente está vendo também mais violência como resposta a esse avanço”, explicou Juliana Martins, do Fórum de Segurança Pública.
O que dizem as companhias aéreas
Nos três casos citados na reportagem, as mulheres alegam que alertaram os comissários de bordo imediatamente sobre o ocorrido, mas não foram acolhidas. As três companhias aéreas foram processadas pelas vítimas.
A Emirates disse em nota que tem como prioridade a segurança e o bem-estar de seus passageiros e que permanece à disposição das autoridades para fornecer qualquer informação ou esclarecimento sobre os fatos alegados.
Já a Azul, do segundo caso, disse que, para casos em que os clientes se sintam importunados, presta todo o acolhimento que a vítima precisa. E que cooperou integralmente com as investigações conduzidas pelas autoridades.
A Copa Airlines, companhia aérea utilizada pela terceira vítima, afirmou em nota que rejeita veementemente qualquer forma de assédio, conduta inapropriada ou ilegal e que mantém uma política de tolerância zero em relação a tais atos, como estabelecido no seu Código de Ética.
Fonte: G1.globo
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