A Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), lançou nesta terça-feira (10), a pedra fundamental da construção do novo Centro de Cultura, Linguagens e Tecnologias Aplicadas (Cecult), campus da instituição na cidade de Santo Amaro (Ba). A área foi objeto de uma disputa recente que envolveu a universidade, a prefeitura municipal e uma empresa paulista de produtos automotivos. O cantor e compositor santo-amarense Caetano Veloso chegou a se posicionar contra a instalação da fábrica no local.
O diretor do Cecult, professor Danillo Barata, comentou sobre a execução da obra, que marca o processo de ocupação do terreno doado à UFRB em 2012 e que sediou no passado a antiga Siderúrgica Fundição Trzan. De acordo com o diretor do campus, que atualmente funciona no prédio do antigo Colégio Estadual Pedro Lago e tem sua parte administrativa alocada em uma edificação alugada, o projeto de implantação do Cecult no terreno em questão inclui a recuperação das ruínas da antiga indústria siderúrgica.
“Em setembro nós fizemos uma visita ao Ministério da Educação [MEC] e ao Ministério do Turismo [MTur], que agora é o responsável pelo Iphan [Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional]. Nessa reunião ficou acordada, justamente, a transferêcia dos recursos para a construção da parte física dos pavilhões de aula e administrativo do centro. E o Iphan também se comprometeu com a reforma da parte da antiga edificação”, explicou Barata.
Idealizada como uma intervenção do Programa de Aceleração do Crescimento com foco na recuperação de patrimônios em cidades históricas (PAC Cidades Históricas), a construção no local agora será realizada através de recursos da pasta da Educação e do MTur, com intermediação do Iphan. A novidade vem no mesmo momento em que a UFRB de Santo Amaro está recuperando outro prédio, na Praça da Purificação, para o funcionamento da sede administrativa na cidade.
A previsão é de que o projeto comece a ser executado no início do próximo ano. “O Iphan já tem os estudos preliminares, com esse projeto eles vão fazer o projeto executivo e a obra. A previsão é que isso seja executado com a retomada do ano fiscal de 2021”, ressalta Danillo Barata, afirmando que o lançamento da pedra fundamental é uma medida que responde a uma cobrança do Ministério Público Federal (MPF).
“Uma coisa que é da nossa parte, inclusive com a colocação daquela placa [que marca a pedra fundamental], o MPF nos provocou, dente outras coisas, a termos uma atitude quanto ao terreno, que é nosso. De demarcar, primeiro, aquele local como uma área federal que vem sendo utilizada de forma indevida pela própria prefeitura como porta-entulho da cidade”, justificou.
O projeto arquitetônico prevê ainda a integração com o Rio Subaé, o manguezal ao lado do campus e as comunidades tradicionais circuvizinhas, especialmente com a do Dendê. Ao BN, o diretor disse que a UFRB “está pensando num espaço que tenha essa permeabilidade, ou seja, que não seja uma universidade com os muros, mas que as pessoas utilizem esse local como um espaço público mesmo”.
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