O posto principal do Plantão Integrado dos Direitos Humanos no Carnaval de Salvador, situado na sede do Procon (Superintendência de Proteção e Defesa do Consumidor da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos da Bahia – SJDH-Ba), que funciona todos os dias da folia, das 09h às 3h da manhã, conta com uma estrutura acessível para todos os públicos. Rampas, elevadores, piso tátil, mapa em braile, além de intérpretes de libras, tanto presencialmente, quanto através da Central de Intérpretes de Libra, canal digital do Governo do Estado conectada a diversos profissionais da tradução.
A atual estrutura do Procon é fruto de uma obra de requalificação do prédio, que passa por um processo de tombamento, e recebe cerca de 1600 consumidores por mês. A reforma foi acompanhada por representantes da Superintendência dos Direitos das Pessoas com Deficiência (SUDEF) da SJDH-Ba, que já vem há anos atuando para a promoção de mais acessibilidade dentro e fora do período de Carnaval.
“São muitos anos trabalhando, pois a gente sempre entendeu que o Carnaval precisa ser uma festa para todos e todas, efetivamente. As pessoas com deficiência também têm direito ao lazer, ao Carnaval e às festas populares. Por isso, a gente saiu na perspectiva de trabalhar nessa questão, provocando uma mudança cultural de fato, uma mudança de perspectiva em todos os espaços do Carnaval”, relatou o superintendente da Sudef, Alexandre Baroni.
O trabalho da Superintendência envolve o acompanhamento de diversas etapas da programação momesca, incluindo a inspeção dos camarotes e de todo o circuito, envolvendo ruas e passeios.
Para Baroni, ainda há muitos desafios para a promoção de uma cultura de acessibilidade plena nas ruas, mas é possível verificar importantes conquistas ao longo dos anos de luta pelos direitos das pessoas com deficiência. “Hoje em dia, muitas coisas já mudaram. Não encontramos nos camarotes os mesmos problemas que encontrávamos há quatro ou cinco anos. Estamos tendo até dificuldade em encontrar intérpretes de libras para contratar, pois estão todos trabalhando. Isso mostra que alguma coisa vem mudando na nossa cultura”, celebrou Baroni.
A baiana Anaildes Campos Sena, coordenadora de Acessibilidade e Tecnologia Assistiva da Secretaria Nacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência, do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, também ressaltou a importância do serviço. “O Plantão Integrado é extremamente importante para garantir os direitos de todos os foliões, das pessoas com deficiência principalmente, e para dar mais segurança às mulheres que vem pro Carnaval”, defendeu.
O Plantão Integrado de Direitos Humanos em Festas Populares é uma iniciativa do Governo do Estado, por meio do Comitê de Proteção Integral aos Direitos Humanos em Festas Populares da Bahia, articulado pela Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, no âmbito da campanha “Respeito é nosso Direito!”. São 170 profissionais de diferentes áreas, distribuídos em postos fixos e trabalho volante, para verificar, notificar e prevenir possíveis violações de direitos humanos nos circuitos do Carnaval. As denúncias podem ser feitas também através do whatsapp, pelo número (71) 998636-8852.
A ação envolve uma rede com diversos órgãos públicos e entes da Sociedade Civil, garantindo a integralidade do cuidado e do acompanhamento dos casos. A iniciativa, executada em parceria com a Organização da Sociedade Civil Pontos Diversos, também imprime uma agenda afirmativa e informativa sobre Direitos Humanos e diversidade no Carnaval de Salvador.
Ascom Pontos Diversos.
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