Salvador teve a sua terceira morte por influenza H1N1 confirmada nesta quinta-feira (16). De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, o paciente é um homem de 55 anos. Este é o terceiro caso de morte por H1N1 no estado – todas em Salvador.
O primeiro óbito foi de uma criança de 10 anos, no dia 29 de março. Já no dia 27 de abril, um menino de 3 anos, morador da região de Itapagipe. Ele não havia sido vacinado na campanha de imunização deste ano, e morreu após ficar sete dias internado num hospital da rede privada da capital baiana.
Segundo a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), em 2019 a Bahia registrou 14 casos de H1N1, com três mortes. Segundo a SMS, todos os casos e mortes foram em Salvador. No ano passado, foram 250 notificações e 31 óbitos. Os números são muito maiores que os apresentados em 2017, com apenas dois doentes e nenhum caso fatal.
De acordo com o infectologista Antonio Bandeira, o número de infectados “cresceu absurdamente” porque as pessoas não se vacinaram. “É simplesmente por isso. Em 2017 as pessoas estavam protegidas, acharam que estava tudo bem e até sobrou vacina naquele ano, que foi ofertada para o público fora da campanha. Em 2018 vimos o resultado disso. Menos gente vacinada resultou em mais gente atingida”, resumiu.
Outras mortes
Salvador, inclusive, registrou ainda outras três mortes de pacientes vítimas do H3N2 só na primeira quinzena de maio – ao todo, foram 14 notificações de pessoas com o vírus este ano. Os óbitos são de idosas, que tinham 73, 81 e 97 anos. Nenhuma das vítimas haviam sido vacinadas contra a doença durante campanha de imunização deste ano.
Segundo Bandeira, os três vírus (H1N1, H3N2 e influenza B) são igualmente perigosos, não havendo um mais prejudicial. “São a mesma coisa no assunto mortalidade. Os sintomas são muito parecidos com o de um resfriado normal, com dor de cabeça, dor na garganta, indisposição”, conta ele.
O médico destaca ainda que, embora os alvos mais fáceis do vírus sejam crianças menores de dois anos e adultos acima de 60, todos podem ser atingidos. “O vírus pode pegar qualquer pessoa. Claro que crianças, idosos, pacientes com problemas respiratórios ou doenças crônicas são alvo mais fácil, até pela imunidade mais baixa, mas todos precisam se imunizar”, completou.
O diagnóstico do vírus influenza é feito a partir da coleta de uma amostra do muco nasal ou oral do paciente, que é examinado em laboratório.
Vacinação
A Campanha de Vacinação contra a Gripe segue até o dia 31 de maio e terá um novo Dia D neste sábado (18). Shoppings e postos de saúde vão oferecer a dose da vacina para o público-alvo da segunda fase da campanha, que abrange idosos a partir de 60 anos, crianças de 6 meses a menores de 6 anos, gestantes, puérperas, trabalhadores de saúde, professores do serviço público e privado, portadores de doenças crônicas, além de policiais civis, militares, bombeiros e membros ativos das Forças Armadas. A dose protege contra o H1N1, H3N2 e uma cepa de Influenza B.
Até o momento, 396 mil pessoas foram imunizadas em Salvador, que corresponde a 58% do público-alvo. Já na Bahia, o índice de imunizados é de 52,38%. Em âmbito nacional, houve cobertura de 56% – os dados são desta quarta-feira (15).
Em Salvador, todos os postos de saúde vão oferecer a imunização. Para atingir um número maior de pessoas, locais como escolas, creches, igrejas, estações de transbordo, supermercados e shoppings centers, além das prefeituras-bairro, também irão distribuir doses da vacina.
Fonte: correio24horas.