Uma comunidade quilombola em Ilhéus, no Litoral Sul, registrou queixa na Polícia Federal e na Polícia Civil. Eles relatam ameaças de homens armados. O último caso ocorreu na quarta-feira (23) quando um homem apontou uma arma para um quilombola.
No domingo passado (20) quando o grupo decidiu ocupar uma área dentro do terreno destinado a eles, a situação foi mais apreensiva. Por volta das 11h, três homens armados chegaram ao local e começaram a intimidar os quilombolas, atirando a esmo. Apesar dos disparos, ninguém ficou ferido. Em torno de 44 famílias da comunidade Alto Terra Nova estão no local, que fica às margens da rodovia Ilhéus-Uruçuca, BA-262, na área do distrito de São José.
Conforme informou Nivaldo Andrade, uma das lideranças da comunidade, a ocupação do domingo visa chamar a atenção para acelerar o processo de demarcação, último passo para a legitimação da posse do local. Conforme Andrade, a fazenda já recebeu certificação da Fundação Cultural Palmares, faltando apenas o aval do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
“Essa área é quilombola, já teve toda a documentação enviadas ao Incra e só falta eles vim para cá e fazer a demarcação e delimitação da área. Estamos dependendo deles. Estivemos com eles em outubro do ano passado e desde então aguardamos a vinda deles para fazer a demarcação para esse povo”, relatou.
De acordo com Paulo Magalhães, membro do Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Negra e Coletivo de Entidades Negras, as ameaças começaram a ocorrer há dois anos, quando o antigo proprietário da fazenda não aceitou as novas condições.
“Há cerca de dois anos foi feita a negociação. O fazendo já sabia que o território era quilombola e supostamente passou o que ele considerada posse para outra pessoa, que a gente não sabe quem é, e desde então a comunidade vem recebendo ameaças”, disse.
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