O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos solicitou a suspensão da veiculação do filme “Lindinhas” (“Cuties”, em inglês, ou “Mignonnes”, em francês) no Brasil, além da apuração da responsabilidade pela oferta e distribuição de conteúdo. A produção francesa da Netflix é acusada de sexualizar crianças. O pedido foi encaminhado à Coordenação da Comissão Permanente da Infância e Juventude (COPEIJ).
A ministra Damares Alves afirmou que o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) atuará “nessa luta”. No ofício, o secretário nacional de Direitos da Criança e do Adolescente, Maurício Cunha, afirma que o filme “apresenta pornografia infantil e múltiplas cenas com foco nas partes íntimas das meninas enquanto reproduzem movimentos eróticos durante a dança, se contorcem e simulam práticas sexuais.”
A Netflix já havia se pronunciado após as críticas ao longa. Segundo o serviço de streaming, trata-se de uma crítica social à sexualização de crianças. “É um filme premiado, com uma história poderosa sobre a pressão que jovens meninas sofrem das redes sociais e da sociedade em geral enquanto crescem — e encorajamos qualquer pessoa que se importa com este tema fundamental a assistir ao filme”, diz a empresa, em nota. Com roteiro e direção de Maïmouna Doucouré, a trama conta a história de Amy, uma menina de 11 anos de origem senegalesa que se muda para a França com sua família.
Lá, ela conhece um grupo de dança de garotas de sua idade, Mignonnes, o que não é aprovado por sua família religiosa e conservadora. A polêmica em torno do filme começou com um cartaz de divulgação, lançado pela Netflix em agosto. A imagem mostra o quarteto de amigas em cima de um palco, com roupas curtas, em poses que lembram movimentos da dança conhecida como twerking, com movimentos sensuais. Após críticas, a empresa removeu o cartaz.
Metro1