O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB Sindicato) teme pela segurança dos integrantes da comunidade escolar nas unidades educacionais da Bahia e cobra do governo do estado a “criação de um ambiente em defesa da escola pública, no sentido de garantir e preservar a integridade das pessoas que compõem ela”, conforme Rui Oliveira, presidente do sindicato.
Com o objetivo propor diálogo com a Secretaria de Educação do Estado da Bahia (SEC), e problematizar as questões de segurança e o medo vivenciado por alunos e professores nas escolas estaduais, a APLB Sindicato planeja realizar, ainda no mês de março, um seminário sobre violência nas escolas.
Ao citar como exemplo a tragédia da Escola Estadual Professor Raul Brasil, em Suzano, na Grande São Paulo, ocorrida na última quarta-feira (13), Rui Oliveira destacou o perigo a que os alunos, professores e demais funcionários estão diariamente expostos e atribuiu a insegurança à falta de políticas públicas. “O governo federal, ao invés de chegar e criar uma política de segurança quer responsabilizar professor e armar professor. É um absurdo”, disse.
“A responsabilidade pela segurança escolar deve ser do estado, e nós discutimos isso e vamos continuar discutindo”, defendeu Rui Oliveira.
Na avaliação da APLB Sindicato, algumas medidas, se adotadas pelo governo do estado, resultariam em maior segurança e consequente alívio para os agentes de educação. “Queremos que o governo intensifique com a ronda escolar, e com políticas públicas que é necessário diminuir a violência, não só dentro da escola, mas no entorno da escola”.
O sindicato e a SEC tem mantido diálogo, segundo Rui, mas ainda há questões que precisam ser debatidas: “A gente quer que o governo nas próximas rodadas coloque em pauta os projetos que visem garantir a integridade física de quem tá dentro de uma comunidade escolar”.
VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS DA BAHIA
A Secretaria de Educação do Estado da Bahia informou não possuir registros de atos de violência nas escolas da rede estadual no ano de 2018.
No entanto este dado torna pouco claro o modo como a pasta entende “violência”, uma vez que no último ano houve pelo menos três situações de violência em escolas estaduais. Em agosto, um homem invadiu o Colégio Estadual Manoel Devoto e atirou cadeiras contras estudantes; no mesmo mês, alunos relataram que sofreram um assalto dentro do Colégio Estadual Thales de Azevedo após um homem entrar no local com uma faca; já em setembro, uma professora teve o carro roubado dentro do estacionamento do Colégio Estadual Deputado Rogério Rego.
A Bahia possui um total de 1.245 unidades escolares estaduais. Destas, 473 (37,9%), localizadas em 17 municípios, possuem vigilantes patrimoniais. Desde 2016 apenas as unidades escolares estaduais em cidades baianas com número superior a 100 mil habitantes contam com esse serviço de segurança.
NOTA DA SEC
A Secretaria da Educação do Estado da Bahia listou ações de segurança e prevenção desenvolvidas pela pasta: “Apoio da Polícia Militar que realiza a Ronda Escolar no entorno das escolas de toda a Bahia, através das Companhias Independentes de Polícia Militar (CIPM), dos Batalhões de Polícia Militar e da operação Ronda Escolar; ações de fortalecimento da segurança pública iniciadas em 2016, com a adoção da vigilância eletrônica, através do Centro de Operações e Inteligência de Segurança Pública 2 de Julho, localizado no Centro Administrativo da Bahia (CAB); contratação de 2.246 Vigilantes e 1.117 porteiros que atuam nas escolas estaduais. A segurança também é feita com apoio de viaturas da empresa que faz a segurança patrimonial das escolas”.
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