Apenas 4 em cada 10 crianças do 2º ano do ensino fundamental estavam alfabetizadas no país em 2021. É o que mostram os resultados inéditos da pesquisa Alfabetiza Brasil, do Ministério da Educação (MEC).
Os dados foram apresentados nesta quarta-feira, dia 31, em Brasília, durante um evento com o ministro da Educação, Camilo Santana, e o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Manuel Palacios.
O levantamento mostrou ainda uma queda na porcentagem de alfabetização infantil em comparação com 2019, quando mais de 6 crianças em cada 10 eram consideradas alfabetizadas.
“Sabemos que quando uma criança não se alfabetiza na idade certa, aumenta a evasão, aumenta a reprovação, aumenta a desistência. Estamos perdendo milhões de jovens e crianças no país que precisavam ter o direito de estar na escola, de garantir a conclusão do ensino básico completo. Portanto, esse é um direito que o Estado brasileiro precisa garantir a todas as crianças”, afirmou o ministro da Educação, Camilo Santana.
Para chegar ao resultado da pesquisa, o Inep consultou professoras de alfabetização e especialistas da área para compor a definição de alfabetização para fins do levantamento.
Assim, considerando um “padrão associado a habilidades básicas de leitura e de escrita que foram desenvolvidas por um estudante alfabetizado, próximo do que é, hoje, estabelecido pelos sistemas de avaliação de estados e municípios”, foram considerados alfabetizados os alunos que: leem pequenos textos, formados por períodos curtos e localizam informações na superfície textual; produzem inferências básicas com base na articulação entre texto verbal e não verbal, como em tirinhas e histórias em quadrinhos; escrevem, ainda, com desvios ortográficos, textos que circulam na vida cotidiana para fins de uma comunicação simples: convidar, lembrar algo, por exemplo.
O ministro Camilo Santana afirmou no encontro que a alfabetização é uma das prioridades do governo federal, que deverá lançar em breve “um grande pacto nacional pela alfabetização das crianças na idade certa”. A data para o lançamento do programa não foi anunciada.
“Isso é fruto de experiências já realizadas em vários municípios e estados brasileiros e que tem se fortalecido a cada ano”, disse.
Sem dar muitos detalhes, o ministro afirmou que a política foi construída por meio de conversas com secretários municipais de educação e com a União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime).
A iniciativa deverá “apoiar não só na indução técnica, mas também financeiramente, toda uma estratégia de governança, de apoio e fortalecimento na questão da formação, qualificação, de material didático, esse grande programa nesse pacto pela alfabetização no Brasil”.
Editado pelo Tribuna do Recôncavo | Fonte: G1.