A produção nas fábricas de licor ‘Roque Pinto’ e ‘Arraia do Quiabo’, duas das mais tradicionais empresas do ramo, foram paralisadas após uma operação da Polícia Federal, em conjunto com o Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (SIPOV), interditar o espaço de produção das bebidas, localizada em Cachoeira, no Recôncavo baiano, na terça-feira (21).
Com a paralisação, mais de 140 funcionários estão sem trabalhar. A Associação dos Produtores de Licor de Cachoeira, que representa os produtores da bebida, está preocupada com a situação e teme que os impactos da medida afetem a fabricação do próximo ano. O vice-presidente da associação, Roseval Pinto, afirma que os fiscais estiveram na fábrica no dia 30 de junho do ano passado e, na época, pediram a mudança do banheiro, além de terem solicitado reforma no depósito de açúcar e nas áreas para trabalhar com frutas. Obras que, segundo o empresário, foram feitas.
Em nota, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) afirmou que a ação com a Polícia Federal teve o objetivo de evitar o risco à saúde do consumidor. Ainda segundo a nota, os auditores fiscais federais agropecuários constataram que os estabelecimentos tinham infraestruturas inadequadas, bebidas fora dos padrões de identidades e qualidade, rotulagem em desconformidade com as normas estabelecidas e do uso de matérias-primas sem procedência.
Ainda de acordo com o Mapa, durante ação de fiscalização nas fábricas em 2021, foram coletadas 10 amostras de licores clandestinos variados. Após as análises realizadas pelos Laboratórios Federais de Defesa Agropecuária (LFDA), seis dessas acusaram algum tipo de não conformidade como a presença de metanol (composto orgânico da família dos álcoois que é tóxico e pode causar danos à saúde humana) acima dos limites determinados pela legislação brasileira.
Conforme o órgão, os valores encontrados eram quase o triplo da quantidade máxima permitida. Também foi encontrado a presença de corantes como Amarelo Tartrazina e Amarelo Crepúsculo, substâncias com potencial alergênico. Os fiscais relataram ainda grau alcoólico abaixo do limite mínimo determinado para os produtos e teor de ácido sórbico acima do limite máximo permitido.
Editado pelo Tribuna do Recôncavo | Informações: G1