Por Reinaldo Domingos – PhD em Educação Financeira
Dados divulgados na segunda-feira (31) pela Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) apontam que o percentual de endividados no Brasil alcançou o maior patamar da série histórica em maio: 68%. Nessa realidade o cartão de crédito se destaca como principal tipo de dívida, sendo apontado por 80,9% dos endividados.
Assim, quando o assunto são finanças pessoais, sem dúvida, o cartão de crédito é considerado um dos maiores vilões. Os jovens, principalmente, o utilizam com mais frequência, já que ele oferece grande facilidade com o pagamento de serviços através de aplicativos de celular, por exemplo. Além disso, existe a nova modalidade do crediário no cartão de crédito, que também tem juros altíssimos e a possibilidade de parcelamento maior, consequentemente maiores chances de se endividar quando não há planejamento.
Mas muitos acabam condenando o cartão de crédito por acreditar que ele é o único culpado pelas dívidas, mas na verdade ele pode ser um grande aliado na hora das compras. Para não ter que correr atrás do prejuízo todos os meses e se apertar nas contas, a melhor forma é se educar financeiramente, assim resolvendo o problema na raiz. Para que todos possam se programar para utilizar essa modalidade de forma mais sustentável, Reinaldo Domingos, PhD em Educação Financeira, preparou algumas orientações. Confira:
- É preciso ficar atento para que o limite do cartão de crédito não ultrapasse 30% do salário ou ganho mensal, evitando assim gastar mais do que se ganha. Além disso, se tiver apenas uma fonte de renda, o ideal é ter apenas um cartão;
- Cuidado com o parcelamento. Com essa grande facilidade, o endividamento, infelizmente, acaba se tornando uma realidade. Nesse caso, é preciso ter o comprometimento para arcar com essa despesa durante os meses futuros;
- Um dos maiores erros cometidos em relação ao cartão de crédito é pagar a parcela mínima. As taxas de juros cobradas são uma das maiores, o que acaba levando à inadimplência. Caso não consiga pagar a parcela total, procure outra linha de crédito que não ultrapasse 2,5% ao mês;
- Negocie com a operadora a anuidade do cartão. Hoje, é possível encontrar cartões que não cobram nenhuma taxa de manutenção. Também nunca empreste o cartão de crédito à outra pessoa, mesmo que seja conhecida;
- Uma forma educada financeiramente de utilizar o cartão é saber aproveitar os benefícios que ele pode oferecer, sejam milhagens ou prêmios. Mas lembre-se que essas vantagens têm data de validade, portanto é preciso ficar atento para não perder os prazos;
- Caso não consiga pagar a fatura total do cartão no vencimento, faça, imediatamente, um diagnóstico financeiro para descobrir o verdadeiro problema. Além disso, busque uma linha de crédito com taxas de juros mais baixos; e,
- Evite compras por impulso. Com o bombardeiro diário de ofertas e oportunidades na mídia, muitas vezes os jovens se deixam levar e adquirem um serviço ou produto que nem sempre é necessário. Para que isso não aconteça, é preciso se perguntar antes de qualquer compra: “Eu realmente preciso disso?” “Eu terei como pagar a fatura no mês seguinte?” “Estou comprando por vontade própria ou me deixando levar pelas propagandas ou terceiros?”
Sobre o autor
Reinaldo Domingos está a frente do canal Dinheiro à Vista . É PhD em Educação Financeira, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin) www.abefin.org.br e da DSOP Educação Financeira (www.dsop.com.br). Autor de diversos livros sobre o tema, como o best-seller Terapia Financeira.
Matéria: Paulo Ucelli – ASCOM da DSOP Educação Financeira