No calendário, uma data especial!
Todos os caminhos levam às comemorações.
A decoração dos ambientes a todos encanta.
As músicas típicas da época, emocionam!
Roupas e calçados novos, mesa farta.
A troca de presentes é cultural.
Nos quatro cantos do mundo é NATAL!
Na cotidiana realidade, para todos a data é especial?
Para muitos, todos os caminhos levam aos lixões.
Por acaso, uma árvore de natal descartada,
foi por uma criança, carinhosamente resgatada!
Lá não há música natalina! Só o som do motor dos caminhões.
Roupas, sapatos e alimentos, são disputados!
No cotidiano dos que ali buscam a sobrevivência,
A troca de presentes é mera fantasia!
No lixão também há natal!
Há natal porque há seres humanos!
Há seres humanos desprovidos de dignidade!
Há uma criança que nasce e renasce em meio ao monturo!
Em meio ao monturo,
há uma criança que recolhe uma árvore de natal descartada,
e a decora com o brilho dos seus olhos,
com a esperança, com o sonho de um futuro promissor.
Esta criança prossegue na labuta,
catando os resíduos descartados, inclusive para se alimentar.
Esta criança, é a representação do Cristo que num lixão renasce
e a humanidade uma lição ensina:
a desigualdade social faz ofuscar o brilho do Natal
e faz o cenário do presépio mudar de lugar!
“Então é Natal e o que você fez”
para que o Menino Deus não renasça no lixão outra vez?
Sobre a autora:
Maria do Carmo, residente na cidade de Mutuípe (BA), é autora do livro de poesias “Recomendações Poéticas” e da “Coletânea Poética Retalhos de Vivências”. Tem poemas publicados em várias Antologias, entre elas: Tabuleiro de Poesia e Seletos Versos. É professora da Escola Municipal Luís Eduardo Magalhães em Santo Antônio de Jesus e colunista do Tribuna do Recôncavo.