Funcionários da Secretaria de Serviços Públicos de Lauro de Freitas (BA), se recusaram a fazer a manutenção de um córrego que passa nas proximidades do Terreiro Oyá Matamba para não terem que entrar no centro religioso, localizado no bairro de Portão. A denúncia foi feita pela ialorixá Tiffany Odara, líder religiosa da casa.
De acordo com ela, após sucessivas solicitações, os servidores foram mobilizados até a localidade, mas ao verem que se tratava de um centro de religião de matriz africana, não prestaram o serviço requisitado. O corrégo em questão é um trecho do Rio Joanes e sempre causa enchentes e prejuízos para os moradores.
A situação causou uma repercussão e o apoio de movimentos sociais ao terreiro. Em nota, o Movimento Negro Unificado (MNU) disse se solidarizar com a líder religiosa em relação ao que categorizaram como um ataque de racismo, intolerância religiosa e transfobia – direcionada à ialorixá, que é uma mulher trans.
A assessoria da prefeitura de Lauro de Freitas afirmou que está tratando o caso com responsabilidade e rigor que o tema requer, com o acompanhamento da Superintendência de Promoção da Igualdade Racial e Ações Afirmativas. Também ressaltou que a prefeitura repudia todo ato de intolerância religiosa e que seus servidores são orientados a tratar com respeito toda diversidade e às religiões de matriz africana.
Sobre o problema do córrego, a gestão municipal disse que já tem um projeto pronto para a realização de uma obra que irá solucionar os alagamentos e “está contratando recursos junto ao FINISA, programa de financiamento exclusivo para saneamento da Caixa, para a realização a obra”.
Editado pelo Tribuna do Recôncavo | Informações: Bahia Noticias