O sonho de conquistar um diploma de ensino superior virou uma dor de cabeça para pelo menos 27 mil baianos que contraíram R$ 657 milhões em dívidas com a Caixa Econômica Federal (CEF) ao usarem o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) no estado.
Dados da Coordenação de Concessão e Controle do Financiamento Estudantil (Cosif), obtidos pelo projeto Fiquem Sabendo, revelaram que a Bahia tem a 5° maior dívida com o Fies do Brasil: 5% do valor total de R$ 11,4 bilhões de contratos com pagamento em atraso pelo país. O número se refere a contratos firmados entre 1999 e 2009. A maior gama de inadimplentes está em São Paulo, com 145 mil contratos e pagamento em atraso acumulado que soma R$ 3,36 bilhões.
As maiores dívidas com o Fies na Bahia estão matriculadas nos cursos de Direito e Enfermagem. Para as Ciências Jurídicas, o Fies celebrou 2,9 mil contratos de alunos que atualmente estão inadimplentes e têm, juntos, uma dívida de R$ 92,67 milhões com o governo federal.
No campo da Enfermagem, foram 2,92 mil contratos que somam R$ 92,66 milhões em atraso. Os cursos de Serviço Social – 1,1 mil contratos – e Administração – 2,1 mil contratos – fecham a lista dos quatro maiores saldos devedores do estado com o Fies: R$ 43 milhões e R$ 49 milhões, respectivamente.
Com maior oferta de emprego e bons salários no mercado, o curso de Medicina na Bahia tem 14 contratos inadimplentes com um pouco mais de R$ 1,6 mi em dívidas. No Fies, o estudante pode escolher pagar boa parte do empréstimo após 18 meses do término da graduação. Ser contratado após o curso superior se torna elemento recomendado para quem quer fugir da inadimplência.
Entre 1999 e 2009, foram registrados, no Brasil, 522.417 contratos inadimplentes, que são aqueles com saldos devedores e prestações não pagas a partir do nonagésimo dia após o vencimento. O Fies financia a graduação na educação superior de estudantes matriculados em instituições particulares e não gratuitas.
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