Um estudo realizado pelo Instituto Rainhas do Mar, com apoio da Habitat para a Humanidade Brasil, reuniu parâmetros físicos, químicos e microbiológicos de seis locais de armazenamento e retirada de água em Santo Amaro (BA), essenciais para o abastecimento da comunidade de Acup, e identificou acidez, índices elevados de ferro e cobre e a presença de coliformes fecais em três pontos de coleta de água. O estudo será lançado no próximo dia 5 de abril, na Casa da Rede. Também será lançada a cartilha “Água porque te quero”.
A água é um recurso natural essencial para a sobrevivência e promoção da saúde humana. Porém, hoje, no Brasil, ainda há dezenas de milhões de pessoas sem acesso à água potável. Neste contexto, os moradores da comunidade de Acupe, distrito quilombola de Santo Amaro onde foi aplicada a medição, sofrem com o abandono e, consequentemente, a má qualidade das cisternas e fontes que abastecem as famílias da região.
Realizado por meio do Edital de apoio a iniciativas relacionadas com água, saneamento e higiene em territórios populares no Norte e Nordeste, promovido pela Habitat Brasil, o objetivo do estudo é não apenas mostrar os resultados das medições realizadas, mas, também, mostrar a importância dos cuidados com o território na preservação dos corpos d’água pela sociedade civil e pelo poder público.
“O estudo sobre a qualidade das águas na comunidade é uma ação importante para pensar estratégias de proteção do território. As ações e omissões do poder público somadas às ações de exploração do território resultaram no descaso e abandono das principais cisternas da comunidade”, ressaltou Joelma Ferreira, coordenadora do projeto.
Na análise dos dados, realizada pelo Laboratório Bahia Analítica em um minadouro e em cinco cisternas do local, foram identificadas duas cisternas, que são estruturas projetadas para coletar e armazenar água da chuva, de poços, ou de outras fontes, com bactérias presentes em fezes de animais e humanos e com quantidades elevadas de ferro e cobre, o que provocou a desativação de ambas para o consumo humano.
Além do lançamento da cartilha com os resultados das análises, o projeto também irá produzir um relatório analítico para subsidiar a elaboração de um projeto de recuperação das cisternas, bem como realizar uma oficina educativa com crianças quilombolas.
Texto: Fernanda Paes/ AlterConteúdo.