A notícia de que o estaleiro Enseada pode voltar a operar traz um novo fôlego para o setor da indústria naval da Bahia, na avaliação da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do estado (SDE). Instalado em Maragojipe, no Recôncavo baiano, o equipamento, maior e mais moderno do país, participa da tomada de preço para construir quatro Navios de Guerra (Corvetas) para a Marinha do Brasil. Detalhes do projeto e do Consórcio Villegagnon, que envolve a empresa francesa Naval Group, serão apresentados durante encontro promovido pela Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), nesta terça-feira (12), às 14h, no Senai Cimatec.
O Consórcio Villegagnon, composto pelo Naval Group, Mectron e Estaleiro Enseada, que tem a Odebrecht como acionista majoritária, é um dos quatro classificados para a última etapa da licitação, cujo resultado está previsto para ser divulgado no dia 22 deste mês. No evento, que ocorrerá no auditório do Senai Cimatec, na avenida Orlando Gomes, em Salvador, lideranças empresariais, autoridades da gestão pública e fornecedores irão conhecer o projeto que, caso vença a disputa, vai promover a retomada de operação o estaleiro Enseada Indústria Naval, gerando mais de 1 mil empregos, diretos, e cerca de 4 mil indiretos, ao longo de 7 anos.
“O estaleiro Enseada é um celeiro de oportunidades e já chegou a empregar mais de 7,4 mil pessoas, em sua maioria do Recôncavo, quando operou, até 2014. Além de ser intensivo em mão de obra, o estaleiro é um negócio sistemista, que tem ampla capacidade de geração do desenvolvimento local. Esperamos que, no segundo semestre, trabalhadores já estejam sendo mobilizados para a fabricação das corvetas”, afirma o vice-governador e titular da SDE, João Leão. Para ele, é prioridade máxima que o único estaleiro de 5ª geração no Brasil, com tecnologia de ponta e qualidade na produtividade, volte a funcionar.
De acordo com o presidente do Enseada, Maurício Almeida, assim como ocorreu entre 2010 e 2013, quando o estaleiro estava sendo construindo e operou, o PIB da região do Recôncavo será positivamente impactado. “No período, por exemplo, o PIB de Maragojipe saltou de R$ 194 milhões para R$ 753 milhões. Naquela ocasião, 86% de nossa mão de obra era oriunda do entorno – Maragojipe, Salinas da Margarida, Nazaré, Cruz das Almas e Santo Antônio de Jesus”, recorda o executivo.
Ainda segundo Almeida, a Enseada está preparada para a retomada do mercado. “Construímos na Bahia um estaleiro de classe mundial, altamente tecnológico e com produtividade japonesa para fabricar plataformas de petróleo e navios especializados, inclusive militares. Nossa missão é ser a alternativa brasileira para viabilizar a construção dos navios e plataformas. Acreditamos que a Bahia tem plenas condições de fabricar navios de alta complexidade”, destaca.
No evento, estarão presentes representantes do governo do estado, da Embaixada da França no Brasil, dirigentes da FIEB e do SENAI Cimatec, o vice-governador e secretário da SDE, João Leão, o diretor-presidente da Naval Group, Eric Berthelot, o presidente do Estaleiro Enseada, Maurício Almeida, o diretor de Desenvolvimento de Negócios do Enseada, Ruffo Chiconelli, e o diretor de Contratos da Mectron, Flávio Fonseca.
Ascom/ SDE