O aumento da ociosidade da indústria química nos últimos anos tem levado algumas entidades setoriais a defender um aumento de tarifas para produtos químicos importados, mas, para a ABIPLA – Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes de Uso de Doméstico e de Uso Profissional, a medida pode ter efeito contrário, fazendo com que a indústria nacional tenha seus custos de produção elevados, o que pode aumentar os preços dos produtos ao consumidor final, diminuindo a demanda.
“As propostas de aumento de impostos de produtos químicos têm de ser avaliadas com cuidado, já que a indústria é uma grande compradora de insumos importados e a alta nos tributos pode impactar nos custos produtivos e, por consequência, nos preços ao consumidor”, explica Paulo Engler, diretor-executivo da ABIPLA, lembrando que a medida impactaria toda a cadeia produtiva nacional. “Esses aumentos teriam um efeito cascata, gerando custos adicionais em diversos setores, como construção civil, saneantes, higiene pessoal e alimentos”, diz.
Outra preocupação é a possibilidade de depender de um pequeno número de fornecedores locais. Além disso, a ABIPLA defende que é essencial criar políticas industriais de longo prazo, com foco na inovação e produtividade. “O que é necessário são instrumentos de política industrial que não punam as importações, mas, sim, que incentivem a inovação da indústria doméstica. É fundamental que as propostas de elevação tarifária sejam revisadas com critérios técnicos, concorrenciais e econômicos adequados, e que todos os agentes econômicos sejam convidados a dialogar sobre soluções que protejam a indústria nacional contra o que de fato é danoso ao mercado e fere a livre concorrência, sem prejudicar nossa competitividade”, conclui o diretor-executivo da ABIPLA.
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