O ex-ministro Antonio Palocci afirmou que o Instituto Lula recebeu uma doação de R$ 4 milhões da Odebrecht. Em um novo termo da delação premiada, Palocci disse ainda que o ex-metalúrgico e ex-sindicalista Paulo Okamoto solicitava constantemente recursos que iam de R$ 100 mil a R$ 200 mil para quitar despesas pessoais do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da sua família.
Sobre as constantes entregas de propina a Lula, Palocci disse que levou dinheiro até no avião presidencial. O delator da Operação Lava Jato também cita que o petista recebeu propina pela obra da Usina Hidrelétrica Belo Monte e que Dilma Rousseff, quando ainda era candidata, soube dos pagamentos da Andrade Gutierrez ao MDB e autorizou que continuassem. Ela, porém, teria negado que a empreiteira fizesse repasses ao partido.
Em outra entrega, o ex-ministro teria dado R$ 50 mil em dinheir o vivo ao ex-presidente dentro de uma caixa de celular, no Terminal da Aeronáutica em Brasília (DF), durante a campanha de 2010.
INSISTÊNCIA POR BEBIDA
Um dos trechos da delação de Palocci diz que “em São Paulo, [o ex-ministro] recorda-se de episódio de quando levou dinheiro em espécie a Lula dentro de caixa de whisky até o Aeroporto de Congonhas, sendo que no caminho até o local recebeu constantes chamadas telefônicas de Lula cobrando a entrega”.
A cobrança do ex-presidente a caminho do aeroporto teria sido presenciada por outro motorista, chamado Carlos Pocente, que brincou, curioso, se toda aquela cobrança era apenas pela garrafa de uísque. “Era óbvio que a insistência de Lula não era por bebida, e sim pelo dinheiro; que o motorista afirmou ao colaborador que estava brincando e que sabia que se tratava de dinheiro em espécie”. Pocente também foi ouvido pela PF no inquérito.
As defesas dos envolvidos na delação foram procurados, mas não responderam à reportagem até o momento da publicação.
Fonte: G1 | Redação: Bahia Noticias