A capital do Recôncavo terá destaque nacional e internacional no campo das ciências, pois o filho Ilustre de Santo Antônio de Jesus, o médico Zilton de Araújo Andrade e sua esposa, Sônia Gumes, serão homenageados pela Fiocruz com o documentário “Sônia e Zilton – Ciência, Saúde e Amor”, um filme do Instituto Gonçalo Moniz / Fiocruz que será lançado amanhã, dia 31 de agosto de 2022, às 17 horas, no canal da instituição. Foram mais de 40 anos de companheirismo e dedicação à ciência.
Dr. Zilton de Araújo Andrade foi uma autoridade científica internacional em doenças infecciosas e parasitárias, com destaque para a doença de Chagas, esquistossomose e leishmaniose. Entre os seus títulos destacam-se a comenda da Ordem Nacional do Mérito Científico (1995), o título de comendador da Grã-cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico da Presidência da República do Brasil (2005) e a nomeação como membro da Academia Brasileira de Ciências (2006). Recebeu ainda o Prêmio Alfred Jurzykowski da Academia Nacional de Medicina (1972) e o Prêmio Nacional de Ciência e Tecnologia do CNPq (1984).
Zilton fez parte de muitas sociedades voltadas à pesquisa, entre elas a Academia de Medicina da Bahia, assim como sua esposa Sonia Gumes Andrade, natural de Caetité (BA), formou-se em 1953 na Faculdade de Medicina da UFBA. Doutora Sonia iniciou sua carreira explorando a área de Medicina Tropical, mas foi na pesquisa sobre a doença de Chagas que deixou sua maior contribuição. Estudou a Patologia e Imunopatologia da enfermidade, com atividades também na área de Imunologia. Integrou a Academia de Medicina da Bahia, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o Comitê Científico da Organização Mundial de Saúde (OMS), e foi professora emérita da UFBA, onde coordenou o curso de pós-graduação em Patologia Humana, desde a sua criação, hoje realizado em ampla associação com a Fiocruz Bahia. Sua contribuição foi reconhecida com o prêmio e medalha Samuel Pessoa da Sociedade Brasileira de Patologia, em 1987; a medalha do Centenário do Instituto Oswaldo Cruz, no ano 2000; diploma de Honra ao Mérito pelos serviços prestados à saúde pública e a ciência da Assembleia Legislativa do Estado da Bahia, em 2008; a medalha do Centenário da descoberta da Doença de Chagas, em 2009, e recentemente, em 2021, a medalha de Mérito Científico Carlos Chagas, da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, entre outras condecorações recebidas ao longo da vida. Em 2012, tornou-se pesquisadora emérita da Fiocruz.
O cineasta Tau Tourinho, autor do texto acima, conta que conheceu Dr. Zilton Andrade em 2008, no Hotel Fazenda São Geraldo e o mesmo declarou ser sobrinho neto de Antônio Mendes de Araújo, proprietário antigo do jornal de Santo Antônio de Jesus, “O Paládio”, periódico esse que circulou em cinco estados do Brasil entre 1901 e 1951. Dr. Zilton Andrade foi pai de vários filhos, entre eles o músico instrumental baiano Ivan Uhol, atuante da cena musical de Salvador. Dr. Zilton faleceu em 2020 e deixou grande contribuição para a ciência.
SERVIÇO
- O QUÊ: Documentário “Sônia e Zilton – Ciência, Saúde e Amor”
- QUEM: Um filme do Instituto Gonçalo Moniz / Fiocruz
- QUANDO: 31 de agosto de 2022, às 17 horas
- ONDE: https://www.youtube.com/watch?v=KupmpiUI9Kw
- COMO: Gratuito
- POR QUÊ: Prestigiar nosso conterrâneo Dr. Zilton Andrade.
Texto de Tau Tourinho adaptado pelo Tribuna do Recôncavo