Ferramenta estratégica no processo de formação e na aprendizagem pedagógica das crianças e jovens, a arte é incentivada por educadores na rede estadual de ensino. No Colégio Estadual Professor Edgard Santos (CEPES), no município de Governador Mangabeira (BA), por exemplo, o aluno Samuel da Silva de Almeida, 20, 3º ano do Ensino Médio, é um exemplo de que o seu gosto pela arte de desenhar o leva despertar nos colegas as suas habilidades para o desenho.
Para Samuel, o desenho e as artes em geral contribuem para o processo de ensino e aprendizagem estudantil. “A arte é muito importante para a educação, porque ajuda os estudantes a desenvolverem competências e habilidades. A arte, apresentada de diversas formas, como a dança e a música, pode ser uma forma de expressar um sentimento e, também, a criatividade”, avalia o estudante, que diz ser a face humana o que mais gosta de desenhar porque o chamam a atenção os detalhes e traços de cada rosto, bem como as diferentes tonalidades que variam de uma região para outra.
Em sala de aula, Samuel incentiva os colegas a se descobrirem desenhistas. “Acredito que, ao desenhar, incentivo até quem se imagina sem talento para a arte. Quando desenho e exponho meu trabalho, eles admiram, se sentem incentivados e inspirados. Eu desenho não para querer ser melhor que eles, mas sim para mostrar para eles que é possível, basta desenvolver as habilidades”, considera o estudante que, por meio de seus desenhos realistas, participa de eventos artístico-culturais das escolas visando estimular os colegas a participarem também.
Professora de Arte do CEPES, Karini Daniella de Barros dos Santos comenta sobre a obra do estudante. “Os desenhos realistas do nosso aluno Samuel da Silva chamam a atenção, muito em função da tamanha perfeição nos detalhes. Através de sua técnica e habilidade, ele consegue explorar os limites entre o desenho e realidade, utilizando o lápis grafite”. A também docente da mesma disciplina, Maria da Glória Rodrigues de Almeida, complementa: “O artista Samuel da Silva retrata, de forma delicada e sutil, as suas experiências”.
Amor pelo desenho
Em Muritiba, onde nasceu, Samuel descobriu a paixão por desenhar ainda criança. “Eu tinha de seis para sete anos quando vi meu primo desenhando. Foi aí que criei admiração pelo desenho. Comecei a desenhar por volta de 12 anos e fui criando amor e praticando-o cada vez mais. Em 2020, um amigo me apresentou ao desenhista profissional Balmino Fonseca, que me proporcionou um curso on-line”. Essa oportunidade, conta, mudou a sua visão sobre a arte de desenhar. “Hoje, tenho o desenho como parte de mim e o tenho como uma terapia. Desenhar me faz esquecer diversos problemas; desenhar me traz paz”, revela o estudante, que usa como matérias-primas papel de 180g, lápis, esfuminho (cilindro de papel usado para esfumar as sombras dos desenhos) e limpa tipos (espécie de borracha), além de “muita atenção e imaginação”.
ASCOM