Um jornalista de 60 anos foi agredido por cerca de 10 pessoas enquanto filmava uma “guerra de espadas”, em Cruz das Almas, no Recôncavo baiano. O fato aconteceu na quinta-feira, dia 24, no bairro Ana Lúcia.
O material produzido por Orlando Oliveira Silva seria usado em uma matéria jornalística sobre as espadas e suas contradições, com as diversas opiniões favoráveis e contrárias. Orlando falou que foi perseguido e derrubado, sendo atingido por diversos socos e pontapés, que causaram escoriações nos braços, costas e rosto. O celular que ele tentou fazer as filmagens foi destruído.
“O que motivou estas pessoas a cometerem este ato covarde e desproporcional foi o registro fotográfico e de vídeo que eu queria fazer sobre a queima de espadas que estava ocorrendo na porta da residência de um empresário”, disse o jornalista.
Orlando conta que a agressão partiu do empresário e de parentes dele. Segundo o jornalista, a queima de espadas ocorria na rua em frente à casa do suspeito e, quando ele percebeu o registro da atividade, iniciou os xingamentos e a agressão.
A vítima, que também mora no bairro, chegou a correr para fugir, mas foi alcançado antes de chegar em casa. O jornalista contou que uma vizinha, ao ver as agressões, usou uma moto para apartar a situação, permitindo que ele pudesse se levantar e pedir socorro aos parentes, que na confusão também teriam sido agredidos.
“Agradeço a uma moradora do bairro, que viu o ocorrido e com sua moto conseguiu apartar por um momento, o que deu tempo para me desvencilhar deles, chegar em casa e pedir socorro aos meus familiares, os quais, tentando me proteger, também foram agredidos, inclusive um menor de idade”, disse Orlando Oliveira.
A Polícia Civil afirmou que a ocorrência foi registrada na Delegacia Territorial de Cruz das Almas e que três pessoas envolvidas nas agressões foram identificadas, mas a vítima ainda não fez exame de corpo de delito, pois precisava de um exame ortopédico prévio. “Após a realização do exame, os envolvidos serão ouvidos na delegacia. Foi expedida guia pericial também para o celular quebrado”, disse em nota a PC.
Em nota, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado da Bahia (Sinjorba), afirmou que entrou em contato com Orlando no domingo (27) e ouviu o relato dos fatos. A entidade se solidarizou com a vítima e seus familiares agredidos, oferecendo apoio ao profissional. O sindicato também garantiu que vai acompanhar de perto o caso e exigirá da polícia uma investigação séria, e da Justiça uma punição exemplar aos agressores.
Editado pelo Tribuna do Recôncavo | Informações: G1