Por Fabiano de Abreu (neurofilósofo e jornalista)
O desejo de se tornar uma personalidade reconhecida nas redes sociais passa por um símbolo azul, aquele que fica ao lado do nome da pessoa. Simples ao se olhar, mas com grande significado, ele é objeto de cobiça de muitos internautas, já que representa um status mais elevado em sua conta. No entanto, a incessante busca por esta autenticação tem feito internautas a superarem o limite da postura ética na web.
Discreto, mas com grande significado. Aquele símbolo azul ao lado do nome se tornou objeto de desejo para muitos usuários das plataformas digitais. Ter aquele selo no perfil representa um status mais elevado da conta nas redes sociais. Além disso, ter essa conta autenticada faz com que a página da pessoa apareça no topo dos resultados de busca. O que certamente permite uma exposição maior, e facilidade para ganhar novos seguidores, objetivo de quem deseja se tornar um influenciador digital de sucesso.
O “desenho azul” é também uma forma de dizer aos demais usuários das redes sociais que aquela conta em questão é influente, tem autoridade em algum segmento e é única. Quem possui esta marca é geralmente dono de um perfil exclusivo, cheio de autoridade e passa credibilidade no conteúdo que publica. No entanto, para ter direito a este selo, são necessários preencher alguns requisitos, e atualmente eles são buscados por internautas de maneiras até sem os devidos escrúpulos.
Um dos meios para se obter a conta verificada é quando a conta da pessoa se torna notável. Seguindo o guia do Facebook, “sua conta deve representar pessoas, marcas ou entidades famosas e muito pesquisadas. Analisamos contas que aparecem em várias fontes de notícias. Não consideramos conteúdo promocional ou pago como fontes para análise”. Diante deste contexto, falsas empresas de comunicação estão à solta no mercado com a promessa de “vender selos”, ou seja, criam maneiras de atender a esse requisito de forma antiética, prejudicando os jornalistas que fazem o trabalho sério em assessorias de imprensa.
Fabiano de Abreu é um neurocientista, filósofo e jornalista. Hoje sua empresa de comunicação, a MF Press Global é conhecida no Brasil, nos Estados Unidos e na Europa pelo sucesso na posição de colocar seus clientes em evidência na mídia há mais de dez anos. Ele já colocou mais de mil pessoas em evidência com seu trabalho, e detalha como deve ser a ação de um verdadeiro profissional da comunicação diante desta busca desenfreada pelos selos de verificação: “Por mais de 10 anos trabalhamos numa propriedade intelectual diferenciada. Nos preocupamos em buscar boas imagens, em movimentar o espaço-tempo do personagem da matéria com criatividade para elaborar o melhor conteúdo possível para que os jornais que consideramos relevantes possam aprovar”.
Para que isso aconteça, “contratamos jornalistas, fotógrafos, setores de mídia social, programadores, tudo para fazer daquele profissional alguém que seja elevado em potência de profissionalismo buscando assim um bom posicionamento no mercado e aceitação”. No entanto, não é fácil conseguir a aprovação de um jornal, “primeiro por causa de uma minoria que nos dão atenção, segundo que temos que ter o tema certo, na hora certa, na editoria certa e, com o maior desafio de conseguir ser notado”, explica Fabiano.
O problema é que, Fabiano de Abreu explica, “na era do selo de verificação, dado à pessoas públicas, o Facebook não percebeu ainda que tem pessoas que pagam para sair na mídia com matérias pagas, seja como publicidade e até mesmo outros meios e mesmo assim o merecem com o selo. Celebridades forjadas e não fabricadas. Pois fabricar celebridades é uma arte, exige tempo, dinheiro e criatividade”, alerta.
Fabiano de Abreu destaca uma frase que sempre diz à quem procura os serviços de sua empresa de comunicação: “Famoso não é quem sai na mídia, e sim quem permanece nela por anos, ou por uma vida. E para isso, tem que ter algo útil, merecedor do esforço como qualquer coisa na vida”.
No entanto, esta não é a situação atual. Me deparo com sites de nome vendendo matéria, com pessoas que antes desempregados, vendem o selo garantindo matérias para que possa conquistá-lo. E onde ficamos nós, assessores, jornalistas formados, consultores, com diversos cursos e experiência em fazer um tema redondo para que a imprensa possa garantir a sua audiência?”, lamenta o jornalista.
Fabiano de Abreu reforça que há espaços para todos que desejam fazer bem feito o trabalho de assessoria de imprensa, “mas é triste ver um país como o Brasil, já tão mal falado aí fora, também ter fama de comercializar matérias para ganhar um selo de verificação. Já somos o país com maior quantidade de pessoas com selo do mundo”, finaliza.
Sobre o autor:
Neurofilósofo Fabiano de Abreu – neurocientista, neuropsicólogo, neuropsicanalista, neuroplasticista, psicanalista, psicopedagogo, jornalista, filósofo, nutricionista clínico, empresário e membro da Mensa, associação de pessoas mais inteligentes do mundo com sede na Inglaterra. Especialista em estudos da mente humana e pesquisador no CPAH – Centro de Pesquisas e Análises Heráclito.
Registro e currículo como pesquisador: http://lattes.cnpq.br/1428461891222558