Pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva mostra que depois de um mês do isolamento social provocado pela pandemia do novo coronavírus, 58% dos brasileiros deixaram de pagar alguma dívida – o que representa 91,040 milhões de pessoas. Entre aqueles que têm alguma conta em atraso, a média encontrada foi de quatro contas sem pagar. A pesquisa foi feita nos dias 14 e 15 deste mês, com 1.131 pessoas de 16 anos ou mais de idade, de 72 cidades de todas as unidades da Federação.
Na avaliação do presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles, a covid-19 chegou na reta final de uma das mais longas crises econômicas da história do Brasil. “Encontrou uma população sem poupança e cada vez menos amparada pelos aparatos de proteção social.” Meirelles destaca que uma das consequências econômicas mais graves dessa pandemia é a total falta de condição, de importante parcela da população, de honrar as contas. Segundo ele, há um predomínio de endividamento por classe social.
“Quanto menor a renda, maior o endividamento relacionado às contas mais simples, relacionadas ao dia a dia”. Contas de água, luz, aluguel tiveram atrasos para 28%, 33% e 35% dos entrevistados, respectivamente. “Nas classes A e B, o destaque maior fica para o cartão de crédito, cheque especial e mensalidades escolares”, informou Meirelles.
Entre as contas atrasadas, carnê e crediário em lojas lideram a lista, com 46% das respostas; seguidas de cheque especial e cartão de crédito (37% cada) e parcelas de empréstimo bancário (36%). Com relação a outros boletos em atraso, que inclui mensalidades de academia, despesas com manutenção e serviços gerais (com 36% em atraso), Renato Meirelles analisa que, com o prolongamento da crise, esses gastos serão cortados e a participação desses itens no total de contas em atraso deverá se reduzir.
Agência Brasil