Estratégias para alavancar e dinamizar a agricultura familiar foram discutidas por secretários estaduais da Agricultura Familiar, Desenvolvimento Agrário e Desenvolvimento Rural do Nordeste e Minas Gerais, durante a 14ª reunião do Fórum, realizada nestas quinta e sexta-feira (28 e 29), em Recife. Durante a reunião, o secretário de Desenvolvimento Rural da Bahia (SDR), Josias Gomes, foi eleito vice-coordenador do Fórum, que irá dividir a gestão com o secretário do Desenvolvimento Agrário do Estado do Ceará, De Assis Diniz.
“Este Fórum tem a importância de reunir não apenas a institucionalidade da área, as secretarias, mas também os movimentos sociais. É o ambiente apropriado para discutirmos saídas para momentos de crise como este que vivemos hoje”, destacou Josias Gomes.
Anfitrião do encontro, o secretário de Desenvolvimento Agrário de Pernambuco, Dilson Peixoto, ressaltou que a agricultura familiar responde por pouco mais de 80% da atividade agrícola no Nordeste. “É preciso deixar de ver a agricultura familiar como uma atividade de subsistência e passar a enxergá-la como uma atividade capaz de gerar renda e oportunidades no ambiente rural”.
Durante o evento, foram debatidos temas como “A Visão dos Movimentos Sociais, Ação Regional Articulada e Elementos para um Programa de Apoio à Ovinocaprinocultura” e realizadas reuniões dos grupos de trabalho sobre Mulheres, Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), Povos e Comunidades Tradicionais e Parlamentares pela Agricultura Familiar e Reforma Agrária.
Regularização fundiária
A coordenadora de Desenvolvimento Agrário (CDA/SDR), Renata Rossi, participou da reunião dos órgãos de terra dos estados e afirmou ser uma grande oportunidade para trocar experiência sobre os desafios em comum enfrentados na região para a gestão fundiária: “Entre os desafios, destaco o de garantir a segurança jurídica e as condições para a fração dos investimentos em produção de energia renovável, que tem o nordeste como o espaço importante de difusão. Também discutimos a questão da regularização fundiária de territórios ocupados, tradicionalmente por povos tradicionais, no acúmulo que vem sendo construído, tendo os estados da Bahia e do Maranhão, que têm a maior quantidade de comunidades quilombolas a frente do processo”.
Para a superintendente de Assistência Técnica e Extensão Rural (Bahiater/SDR), Célia Watanabe, que participou da reunião de gestores da Ater, a discussão do tema no ambiente do Fórum é fundamental na articulação entre os órgãos de Ater dos estados do Nordeste: “Um espaço de reflexão sobre temáticas estruturantes comuns visando fortalecimento da política de Ater e de interlocução com movimentos sociais e organizações parceiras”.
Como desafios para o setor foram identificadas a necessidade de criação de um novo programa de crédito para a agricultura familiar, ampliação das oportunidades de geração de renda e ocupações no meio rural, utilização das vantagens competitivas da alimentação saudável, adensamento das cadeias produtivas, regularização fundiária, melhoria do acesso à assistência técnica, entre outras metas apresentadas.
O próximo encontro ficou marcado para o mês de junho, no Rio Grande do Norte, que terá como eixo a Territorialidade, Sustentabilidade e Competitividade da Agricultura Familiar. Até lá, serão realizados encontros menores e mais frequentes para acompanhar de perto as necessidades e as ações articuladas.
Fonte: Ascom/ SDR