O jornalista, escritor e colunista da Folha de S. Paulo, Fernando Canzian, fez uma análise da situação econômica do país e da importância da reforma da Previdência, nesta sexta-feira (04). De acordo com Canzian, após o ajuste fiscal do governo de Michel Temer, a economia brasileira apresenta condições favoráveis a um crescimento a longo prazo, mas a questão da Previdência precisa ser resolvida, preferencialmente com a manutenção do projeto que já tramitou no Congresso.
A maior dificuldade, na opinião do jornalista, está na votação da proposta por parte da nova legislatura. “É preciso convencer os deputados novos, que são cerca de 50% dos que assumem. Mais de 25% deles não têm nem experiência legislativa. Dos 513 parlamentares, 3/5 precisam aprovar e cerca de 160 já estão na oposição. Não vai ser uma coisa tão simples”, analisou.
Para Canzian, o atual momento é propício para que o presidente Jair Bolsonaro faça a reforma da Previdência. “Bolsonaro deveria aproveitar esse ímpeto da posse recente, da pesquisa Datafolha mostrando que está todo mundo apoiando ele, que as pessoas estão otimistas com o governo, para fazer a reforma mais profunda possível. Apresenta uma reforma profunda e depois negocia”, disse o jornalista, acrescentando que o presidente traz uma visão “conciliadora” ao considerar as diferenças regionais na expectativa de vida.
Ainda segundo Canzian, a maior pressão contra a reforma não vem dos mais pobres, e sim dos “privilegiados”. “O grosso da população pobre se aposenta por idade. Os verdadeiros contrários à reforma da Previdência são esses que se aposentam mais cedo, como funcionários públicos e pessoas com privilégios, principalmente no MP, Judiciário, etc. Então, o corporativismo contra a reforma é mais de quem tem mais a perder do que do pobre”, comentou.
Metro1