A pandemia do novo coronavírus causou um grande impacto negativo em muitas empresas e na vida de todas as pessoas. Anúncios de demissões, cortes de salários e fechamentos têm sido frequentes nos últimos dois meses. Infelizmente ainda não há uma projeção para quando as coisas voltarão ao normal, e para não quebrar, muitas empresas – grandes, médias e pequenas – estão acumulando dívidas.
Segundo um levantamento do Sebrae feito em abril, 30% dos empresários buscaram empréstimos para que conseguissem manter suas empresas sem demitir ninguém e sem cortar grandes gastos, entretanto 59,2% tiveram o pedido negado e 29,5% ainda espera por uma resposta.
Outra pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta que 76% das empresas paralisaram ou reduziram a produção por conta da pandemia, 70% teve queda no faturamento, 59% estão com dificuldades de cumprir pagamentos e 44% tiveram compras canceladas pelos clientes, ainda segundo o levantamento, 91% das indústrias tiveram impactos negativos até o mês de abril.
Guy Peixoto Neto, mentor de empreendedorismo e diretor da OperaLog Logística, afirma que para conter a crise e não enfrentar grandes problemas com dívidas, precisou fazer auditorias em alguns setores da empresa: “Estamos com uma rotina eficaz de verificação para detectar possíveis perdas e anomalias que possam prejudicar a empresa e também identificar oportunidades de investimentos”.
O Governo já anunciou algumas medidas de negociação de dívidas para empresas e pessoas físicas contribuintes e com débitos inscritos na União. O parcelamento das dívidas é de até 81 meses para as empresas e de 97 meses para pessoas físicas, como microempresários cadastrados no Simples Nacional. Entretanto, Guy sugere que os empresários não fiquem somente dependendo das medidas do governo, mas que façam uma auditoria para ver o que é prioridade para o negócio neste momento:
“Está sendo feito um check-up na parte de folhas de pagamento, toda a parte de departamento pessoal e em outras áreas também, essa auditoria consegue fazer todo um mapeamento de coisas que às vezes acabam passando despercebidas no dia-a-dia. Assim, conseguimos ver quais áreas da empresa precisam de mais atenção, quais são aquelas onde podemos cortar gastos para ganhar fôlego no caixa e deixar as contas em dia”.
O empresário relata que uma das áreas da empresa onde foi necessária maior atenção foi a de compras, ele conta que começou a centralizar todo o processo de compras do negócio, medindo a eficiência desde a requisição até os pedidos, cotações e aproximando-se mais de seus fornecedores: “Tudo isso vira oportunidade de economia”, explica o especialista.
Para o empreendedor, o trabalho em equipe é uma das melhores formas de manter a empresa nos eixos em tempos de crise, por isso ele anuncia a criação de uma plataforma de inovação: “É um programa para incentivar os funcionários a pensarem em alternativas para solução de problemas, como redução de custos, de combustíveis, entre outros. Lançar alguns desafios para colocar todos da empresa para pensarem juntos e reconhecer as melhores ideias, beneficiando estes colaboradores”.
O projeto será implantado em breve, mas o empresário acredita que trará muitos avanços para a corporação, e que pensando juntos, toda a equipe conseguirá manter a empresa de pé.
Sobre o autor
Guy Peixoto Neto é mentor de empreendedorismo e empreendedor com experiência em criação, expansão e reestruturação de empresas. Fundou a Operalog Logística aos 22 anos de idade, e também é fundador da startup Saly, plataforma de automatização dos processos de compras. Atualmente dedica-se ao seu novo projeto, a GPX – uma plataforma de conteúdo voltada para quem quer se transformar em empreendedor e também para quem já é e quer continuar evoluindo.
Matéria: Mariana Mimoso/ Digitaltrix
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