Antes negada e atualmente debatida publicamente pelo Executivo e pelo Legislativo, a criação de um novo auxílio emergencial sem uma contrapartida fiscal deve levar a um aumento de juros. A afirmação foi feita pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Atualmente, a taxa Selic está em uma mínima histórica de 2%.
Ao participar de uma videoconferência direcionada a investidores internacionais, Campos Neto ressaltou que o aumento de gastos públicos, sem compensação, tem um impacto no prêmio de risco dos juros futuros e, também, na projeção futura de inflação. Para dar conta do passivo fiscal, o governo emite títulos públicos que geram, no seu comprador, uma expectativa de prêmio em pagamento de juros. Este contesto impacta nas variáveis consideradas pelo BC no combate à inflação.
“Sem nenhuma contrapartida, há um risco de adotar uma medida para estimular a economia e ter um efeito negativo”, disse o presidente do Banco Central. “Estamos em um ponto de inflexão no qual o que mercado está nos dizendo é que: se só gastarmos mais, a reação das variáveis à fragilidade na situação fiscal vai superar o benefício de colocar mais recursos na economia”.
Os gastos com a pandemia levaram a um aumento de 17,9% na dívida pública federal no ano passado, que passou da basrreira R$ 5 trilhões. “A mensagem que será passada é que a trajetória da dívida vai continuar a subir. O prêmio de risco que os investidores vão pedir para manter a dívida brasileira pode ter um efeito, uma implicação de qual tipo de política que o Banco Central pode adotar”, arrematou.
Redação: Metro1 | Informações: G1