Passageiros que enfrentaram a longa espera para embarcar no ferry boat, no sábado (26), no Terminal São Joaquim, em Salvador, denunciam um suposto esquema para furar a fila de embarque. A advogada Monique Cedraz, de 36 anos, relatou que chegou pouco antes das 6h na fila de prioridade, já que está grávida e estava acompanhada dos sogros, idosos, que sofrem com Parkinson. O embarque, segundo ela, só ocorreu por volta das 11h.
Por outro lado, conta a passageira, outros veículos chegavam e tinham acesso ao local específico para hora marcada, onde o embarque acontecia de forma muito mais rápida. Para ter acesso, os motoristas informavam que faziam parte “da lista de Emerson”. De acordo com Monique, ao questionar sobre quem seria Emerson – senha para ter acesso ao privilégio – uma funcionária do ferry teria informado que ele seria uma pessoa ligada à prefeitura de Itaparica. Um vídeo mostra a indignação de outros passageiros quanto à discrepância no tempo de espera para o embarque.
A gestão municipal de Itaparica afirmou desconhecer a lista mencionada por passageiros. A prefeitura informa que “possui um contrato com a internacional travessias e a nossa autorização é através de voucher entregue ao guichê. Ou seja, trata-se de um convênio”. Segundo a gestão do município, a utilização do benefício ocorre apenas mediante a apresentação de voucher físico timbrado, assinado e carimbado pela secretaria competente.
“Os carros à disposição do município podem utilizar o voucher mediante autorização do secretário da pasta. Veículos cadastrados, funcionários também. Não participamos de esquema. Todas as travessias são pagas e todo processo publicado do portal da transparência”, acrescenta a prefeitura.
A Internacional Travessias, por meio da assessoria de comunicação, alegou que “não existe a tal lista”. Ainda segundo a administradora do sistema de travessias, “existem parcerias com prefeituras mas nada parecido com o que é descrito acima”.
Editado pelo Tribuna do Recôncavo | Fonte: BNews