Por Bruna Manes – médica
Um estudo recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em conjunto com o Ministério da Saúde, confirma o aumento da obesidade em adultos brasileiros. A pesquisa revela que 60,3% da população brasileira (aproximadamente 96 milhões de pessoas) apresenta IMC maior que 25 kg/m², sendo classificadas com excesso de peso.
Sendo assunto de saúde pública, o sobrepeso, além do desconforto, traz inúmeros problemas para a saúde do ser humano e, dentre elas, pode destacar a falta de desejo sexual. Bruna Laudano Manes, médica especialista em endocrinologia, explica que uma pessoa obesa produz mais hormônios que uma pessoa de peso normal e, pelo aumento da gordura, estilo de vida pautada no sedentarismo e alimentação desregulada, em sua maioria, apresentam baixa do hormônio testosterona o que interfere bastante no desejo sexual.
“A pessoa obesa produz em excesso uma enzima chamada aromatase e isso reduz a testosterona livre do paciente, e com a menor produção de testosterona pode sim interferir diretamente na libido”, explica a especialista, que também acrescentou. “A libido também pode abaixar com baixa autoestima, alterações de sono e de cortisol”.
Assim como nos homens, a obesidade também é um problema para as mulheres, que, infelizmente, são maioria. Nelas, além da doença afetar a autoestima, pode causar infertilidade. A médica explica que o aumento da insulina pode estar relacionado com a dificuldade para engravidar.
“A leptina é um dos hormônios que atuam no sistema reprodutivo e o hormônio está diretamente relacionado com o aumento do tecido adiposo e com o aumento da insulina. Se produzida em excesso, o órgão reprodutivo passa a ter resistência, influenciando no ciclo menstrual, ocasionando dificuldades na fertilização”, explica a especialista.
O bom é que o quadro pode ser revertido e para mudar essa situação, o primeiro passo é reconhecer o problema e ter em mente que a obesidade é uma doença que, como qualquer outra, precisa ser tratada. Feito isso, é preciso procurar ajuda médica e, às vezes, psicológica.
“Para resolver a disfunção erétil no homem, o ideal é repor a testosterona, se realmente for diagnosticado a baixa e se não houver a melhora da produção hormonal com o emagrecimento. Na mulher, além do nível de testosterona esteja baixo, o ideal é também avaliar os neurotransmissores como dopamina e serotonina, e como está o relacionamento ”, finaliza.
Leia a seguir outros problemas apresentados por pessoas com sobrepeso e que estão diretamente ligados ao desempenho sexual e à libido:
- falta de resistência
- depressão
- disfunção erétil
- infertilidade (em homens e mulheres);
- baixa autoestima
- insegurança;
- desequilíbrio hormonal.
Sobre a autora
Formada em medicina, Bruna Manes se aprofundou na área que estuda os efeitos benéficos e maléficos das vitaminas, carboidratos, minerais, gorduras e proteínas no organismo. Com o passar do tempo, se especializou também em modulação hormonal, medicina ortomolecular e endocrinologia, tornando-se então, uma referência nos cuidados metabólicos e hormonais. A doutora Bruna Manes atua em duas clínicas – em Volta Redonda (RJ) e outra no bairro Leblon, no Rio de Janeiro. Para o futuro próximo, a médica já traçou seu o objetivo: propor mudanças de hábitos para uma vida mais saudável e se tornar uma referência em nutrologia e em endocrinologia em todo o país.
Matéria: Jennifer de Paula/ Suporte MF Press Global