Identificado pela primeira vez pelo Dr. Dan Herman, em 1996, e citado em 2000 em um trabalho acadêmico publicado no The Journal of Brand Management; a síndrome FOMO (do inglês, Fear of Missing Out) representa um medo patológico de estar perdendo algo nas redes sociais, de ficar por fora do mundo virtual.
“A ansiedade de não saber o que está se passando nas redes sociais ou de acessar e descobrir que ‘perdeu’ vários posts interessantes, pode desencadear reações negativas. Daí a importância de ficar atento às mudanças de comportamento do seu filho”, diz Stella Azulay, fundadora da Escola de Pais XD, Educadora Parental pela Positive Discipline Association, especialista em Análise de Perfil e Neurociência Comportamental e Mentora de pais e adolescentes.
De acordo com o estudo Status of Mind (estado da mente) da Royal Society for Public Health (RSPH), a internet tem causado danos importantes aos jovens:
– A mídia social tem sido descrita como mais viciante do que cigarros e álcool;
– Quase 91% das pessoas de 16 a 24 anos usam a internet para redes sociais;
– As taxas de ansiedade e depressão em jovens aumentaram 70% nos últimos 25 anos;
– O uso da mídia social é associado ao aumento das taxas de ansiedade, depressão e falta de sono; e,
– O bullying virtual é um problema crescente, com 7 em cada 10 jovens que afirmam ter passado por ele.
Segundo Stella, os sinais de alerta são óbvios. “Seu filho não desgruda do celular, mesmo quando está à mesa (atitude essa que você jamais deve permitir); ele não se concentra nos estudos porque fica o tempo todo atualizando o feed das redes sociais, ávido por novidades; vai a eventos apenas para postar as fotos nas redes (acredite, isso acontece mais do que se imagina) ou, ao contrário, o jovem deixa de curtir momentos reais para ‘viver’ no mundo virtual”.
Como ajudar seu filho
Se não tratada, a FOMO pode gerar uma dependência tecnológica e, consequentemente, depressão, transtorno de ansiedade e falta de motivação para realizar as atividades habituais. Para quem já está em um estágio avançado de vício pela internet, há tratamentos específicos no Instituto Delete, na Universidade Federal do Rio de Janeiro, e o Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, em São Paulo. São espaços especializados no atendimento de pacientes com problemas relacionados à tecnologia. Outra dica: se você desconfia que seu filho pode estar dependente, faça o teste no site do Serviço do Ambulatório de Transtornos do Impulso, também do Hospital das Clínicas.
“Vale frisar que é fundamental ficar atento ao comportamento dos filhos e ter consciência da responsabilidade que é criar jovens nos dias de hoje, que podem usufruir dos benefícios da internet, mas nem sempre têm estrutura emocional para lidar com as dores das redes sociais”, finaliza Stella Azulay.
Matéria: Flávia Vargas Ghiurghi – FGR Assessoria de Comunicação