Nesta segunda-feira (07/01), houve o desfecho da história que começou desde o dia 26 de dezembro, onde pais e responsáveis começaram a organizar por conta própria uma fila na frente da Escola Municipal Luís Eduardo Magalhães, em Santo Antônio de Jesus (BA), concorrendo a uma das 160 vagas que foram oferecidas pela Unidade Escolar para alunos do 6º ano. Fato esse que gerou polêmicas e repercussão na cidade e na mídia. Afinal, por que os pais se organizaram por conta própria e permaneceram durante 12 dias, concorrendo a uma vaga para seu filho, numa fila quilométrica?
Após a concretização das matrículas, nesta segunda (07), o repórter Hélio Alves esteve na Escola Luís Eduardo Magalhães entrevistando a gestora, Cristina Barreto, a qual relatou sobre o processo de matrícula, a equipe de trabalho, organização da Unidade Escolar, projetos, e a tão esperada reforma da escola que foi prometida pelo prefeito.
TRIBUNA DO RECÔNCAVO: Professora Cristina, como foram realizadas as matrículas neste dia 07?
CRISTINA BARRETO: Foi tudo na paz, os pais se organizaram muito bem na porta da escola. Entregamos as senhas e aqueles que não conseguiram, já que foram 160 vagas, anotamos os nomes e ficaram no cadastro de reserva, cerca de 25 a 30 nomes, aguardando surgir uma vaga.
As matrículas foram realizadas rapidamente, porque como sempre digo nós temos uma família aqui na ELEM e essa família estava aqui presente hoje. Apesar dos professores estarem de férias, quase todo corpo docente estava aqui hoje presente, com mais de 40 funcionários atendendo aos pais. Quero parabenizar aos pais também, porque a organização foi muito boa.
TRIBUNA: Alguns pais estavam na fila desde o dia 26 de dezembro. Como eles estavam hoje no dia da matrícula?
CRISTINA: Os pais saíram daqui felizes, sorrindo, agradecendo a gente porque conseguiram fazer a matrícula, e pelo trabalho que realizamos aqui na escola. O agradecimento e reconhecimento dos pais é o combustível que nos move.
TRIBUNA: Para os alunos da casa, como é que acontece esse processo de matrícula na Escola Luís Eduardo Magalhães?
CRISTINA: Os alunos da casa são matriculados antes de terminar o ano letivo, só ficam para esse período aqueles alunos que não renovaram a matrícula em tempo hábil ou aqueles que são de fora e estão entrando hoje na Unidade de Ensino, as matrículas novas.
TRIBUNA: Quais tipos de atividades são realizadas durante o ano letivo na Escola Luís Eduardo, extra sala de aula?
CRISTINA: A Gincana, que é uma integração muito boa dos alunos com a sociedade; tudo que recolhemos doamos a entidades carentes daqui de Santo Antonio; saraus literários, entre outros que são muito bem organizados pela coordenação, direção e professores da escola.
Há também o projeto Mais Educação, onde atendemos com reforço escolar de português e matemática, karatê e xadrez. Com o apoio de Dr. Julimar Barreto, temos alunos que já participaram de um torneio de xadrez; e temos alunos do karatê que já trocaram de faixa; A ELEM também oferece o reforço escolar para alunos que chegam no 6º ano com dificuldades na escrita, na oralidade e nas quatro operações matemáticas, durante todo o ano letivo, para que assim consigam acompanhar os demais colegas.
TRIBUNA: A Escola Luís Eduardo Magalhães precisa de algum tipo de reforma?
CRISTINA: Precisa sim, nosso espaço físico está decadente, porque nossa escola já tem 20 anos que foi construída; mas o prefeito prometeu a reforma e estamos no aguardo.
TRIBUNA: Aqui na Escola se oferece atendimentos psicopedagógicos e em breve terá outra novidade. Qual a importância desse trabalho?
CRISTINA: Temos uma psicopedagoga que atende alunos da Instituição com dificuldades de aprendizagem e para o 2019 estamos lutando por uma psicóloga, que virá atender voluntariamente dois dias na semana. Os atendimentos vão contribuir para que os alunos vençam suas dificuldades na área de aprendizagem ou emocional, que muitas vezes afeta seu rendimento escolar.
TRIBUNA: Como é a questão do respeito dos alunos para com a equipe da ELEM?
CRISTINA: Não existe desrespeito, existe o respeito. Os alunos respeitam desde o portão, até a servente que toma conta do banheiro, professores e direção.
TRIBUNA: Durante a matrícula o que os pais argumentavam de ter escolhido a Escola Luís Eduardo Magalhães?
CRISTINA: Eles diziam que escolhiam pelo trabalho que nós desenvolvíamos na escola, pela localização, pela demanda como nós trabalhamos aqui dentro, como disciplina e organização. Mas vamos ressaltar, Hélio, que as outras escolas municipais são muito boas, mas, eu não posso dizer como anda o funcionamento das outras escolas porque não estou presente. Estou presente na ELEM e aqui o trabalho é desenvolvido dessa maneira, COM MUITO AMOR, CARINHO E ORGANIZAÇÃO PARA DAR TUDO CERTO NO FINAL.
TRIBUNA: Hoje ao todo, a ELEM atende quantos alunos e quantos funcionários?
CRISTINA: Quase 1200 alunos, isso em 2018, para 2019 não fechamos ainda. Temos cerca de 80 a 84 funcionários.
Ao término da entrevista, Cristina Barreto agradeceu o apoio das rádios e blogs, o apoio do prefeito, sobretudo pelas reformas que vem realizando nas escolas da rede municipal, também agradeceu a secretaria de educação e sua equipe; além de parceiros que contam na escola quando precisam.
Texto: Jocinere Soares/ Tribuna do Recôncavo