O estudo contou com a participação de 50 pessoas com QI acima do percentil 98, consideradas muito inteligentes e revelou que gêneros mais “populares” não são apreciados por estas pessoas.
Qual o gosto musical das pessoas inteligentes? Para responder a essa pergunta e compreender a predileção de um estilo em detrimento a outro, o pesquisador e neurocientista Fabiano de Abreu realizou uma pesquisa, convidou a psicóloga Roselene Espírito Santo Wagner e categorizou o estilo musical de 50 pessoas com QI acima do percentil 98, que equivalem a acima de 135 pontos no teste mais usado no mundo, WAIS, consideradas superdotadas.
“Perguntamos diretamente ao grupo: Qual seu estilo musical preferido? e cheguei aos estilos com base nos parâmetros estabelecidos para a pesquisa”, conta.
Segundo o pesquisador, o rock, seguido pelo heavy metal, foram os dois estilos apontados como preferidos das pessoas mais inteligentes, e a música instrumental clássica a mais utilizada em momentos de estudo e concentração destes.
“Para analisar as respostas, foi preciso compreender qual a influência da música no cérebro, já que é sabido que processamento musical é envolvido por percepção musical, reconhecimento e emoção, e que o córtex cerebral auditivo primário e o giro temporal superior são responsáveis por trazer a percepção musical”, explica. “O córtex primário é sensível à percepção do tom, a associação auditiva está relacionada ao processo de melodia e não lineares como harmonia e que o ritmo está relacionado ao cerebelo, gânglios basais e lobos temporais superiores”, completa.
Ainda segundo Abreu, em relação ao reconhecimento memorial musical e a emoções ligadas à música estão envolvidas as partes do cérebro como: órbito-frontal e o sistema límbico. “Sendo assim, partimos do pressuposto de que a música consegue ativar diversas áreas cerebrais”, garante.
O estudo foi realizado em parceria com a Mestre em Psicanálise, Neuropsicóloga e psicóloga Roselene Espírito Santo Wagner, e publicado na revista científica CPAH Cientific Journal of Health.
“A gente sugere a realização de estudos com população amostral maior e um grupo controle, para a retirada de vieses de pesquisa, no entanto, pode-se concluir que pessoas inteligentes preferem estilos musicais mais elaborados e fundamentados na teoria musical e que gêneros mais “populares” não são apreciados por estas pessoas”, finaliza.
Sobre o autor
Fabiano de Abreu Rodrigues é doutor e mestre em Ciências da Saúde nas áreas de Neurociências e Psicologia, com especialização em Propriedades Elétricas dos Neurônios (Harvard). É membro da Mensa International, a associação de pessoas mais inteligentes do mundo, da Sociedade Portuguesa de Neurociência e da Federação Europeia de Neurociência. É diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito (CPAH) e possui mais de 10 artigos científicos publicados sobre inteligência.
Matéria: Jennifer da Silva/Suporte MF Press Global