A proximidade do pagamento do 13º salário alimenta expectativas no comércio e entre os consumidores. O benefício garantido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) culturalmente vinha sendo utilizado como uma bonificação para colocar em prática planos de trabalhadores como fazer uma viagem, reformar a casa ou comprar algo, por exemplo. Mas, com a recessão econômica impulsionada, sobretudo, pela pandemia de Covid-19, os planos agora são outros. Para falar mais sobre o assunto, conversamos com a contadora, professora e reitora da UNINASSAU, Cecília Queiroz.
Para ela, o 13º este ano ajudará a repor o que foi gasto durante o ano com a inflação provocada pela pandemia. “Estamos vindo de uma pandemia prolongada que comprometeu não apenas a cabeça, o coração e a alma, como também o orçamento de todos. Os preços aumentaram e a receita não cresceu. Então, o 13º salário, que nos anos anteriores servia para planejamentos futuros, agora vem repor parte dos recursos que foram comprometidos ao longo de um ano muito difícil”, avalia.
A especialista aborda a necessidade de uma reflexão sobre o uso prudente do dinheiro sem deixar de lado momentos de descontração. “É importante refletir sobre como melhor gastar, de forma prudente sem perder esse desejo pelo consumo, mas utilizando isso de forma assertiva com olhar no que está comprometido e no que pode ser comprometido”, acrescenta Queiroz. Segundo a contadora, a melhor dica para os consumidores de plantão é fazer um balanço das contas e projetar o que efetivamente é possível gastar com o recurso disponível.
“Estratégias de melhor utilização do 13º ajudam no controle de gastos. O que eu posso comprar no cartão e pagar depois sem juros? O que, de fato, já vai acontecer em janeiro e eu preciso contar com esse dinheiro agora? Porque o 13º salário é pago agora, mas os gastos de janeiro, fevereiro e março virão em seguida. E a partir daí, começam a aparecer as oportunidades: o que eu posso comprar pagando depois? Como melhor parcelar, prolongar o parcelamento? É fundamental entender o que precisa gastar hoje, porque muitas vezes o valor que se gasta agora é o mesmo que você parcela em várias vezes sem juros, então se o momento é de aperto de contas, o ideal é um prolongamento nas parcelas”, conclui.
As empresas têm até o dia 30 de novembro para efetuar o pagamento do 13º salário dos colaboradores. Já a segunda parcela pode ser paga até dia 20 de dezembro.
Matéria: Rafael Veloso/ Ascom