Por Lindaiara Conceição – Jornalista
Estamos passando pela ditadura do cancelamento, muitos chamam de cultura, mas não vejo de bom-tom esta definição para algo tão nefasto e destruidor. Enquanto eu escrevo e enquanto você se dedica a esta leitura, a ditadura do cancelamento está fazendo milhares de novas vítimas. Pessoas sendo atingidas a esmo por perfis que esbanjam coragem através das redes sociais e destilam através de textos, vídeos e áudios o seu arsenal de crueldades.
Do lado de quem destila, pode não haver um corpo, uma alma viva, porém, do lado alvejado tem sim um coração, um emocional e uma vida, que muitas vezes deixa de existir diante daquilo que imerecidamente acabou de ler, assistir ou ouvir… Sim, temos o total direito de discordar e até criticar, somos seres singulares em meio a luralidade da sociedade, todavia, perdemos a razão quando a ofensa é confundida com opinião e o julgamento ganha notoriedade em lugar da tão falada e pouco vivida empatia.
Uma coisa é dizer, “ah, eu não gosto de pão”, outra coisa é ter o trabalho de comentar na postagem de um pequeno empreendedor, “pão deveria deixar de existir, assim como os padeiros”, percebe a diferença? Ok você não gostar e por vezes até não poder comer pão, mas isso não lhe dá o direito de destruir o sonho de quem está do outro lado em sua batalha, seja ela qual for, beleza? Aprendam isso!
E você pode pensar, “nossa, se ela colocasse em fermentação natural o resultado seria melhor, o pão ficaria bem fofinho, do jeito que eu gosto”, mas sabe o que a geração atual faz? Chega lá e mete um “eu não como um pão-duro desse, que massa horrível”, a troco de quê? Com isso, identificamos que, os autores destes comentários são pessoas que possuem muitas questões não resolvidas.
Então, se você tem agido de forma tóxica assim, reavalie sua existência humana na terra e aproveite o início de um ciclo novo, para renovar-se como pessoa e fazer valer com dignidade e verdadeira empatia a oportunidade ímpar de viver com os nossos semelhantes e suas particularidades enriquecedoras.
Em resumo, vamos parar de matar pessoas, sonhos e planos com os venenos das palavras, combinado? Pode parecer utopia, mas é importante acreditar que podemos entregar sempre uma versão melhor de cada um de nós para si e
especialmente para o outro.
Vamos lá! SE VAI EDIFICAR, FALE! SE NÃO VAI AGREGAR, APENAS SE CALE!
Texto: Lindaiara Conceição – Jornalista DRT 4868