A missão chinesa Chang’e-4 foi a primeira a chegar ao lado mais afastado da Lua, assim como a primeira a descobrir a presença de olivina. A sonda tem investigado a composição do manto lunar, de forma a explicar a evolução e formação da Lua. Com as recentes descobertas, especula-se que a origem da Lua esteja relacionada com a colisão da Terra com um corpo celeste.
A sonda Chang’e-4 pousou na cratera lunar Vón Kármán no dia 3 de janeiro e instalou o rover Yutu-2 para explorar a Bacia do Polo-Sul-Aitken, a maior e mais velha cratera do lado oculto da Lua. O rover colecionou algumas amostras e as suas descobertas foram divulgadas no Jornal Nature, nessa quarta-feira (15). As amostras revelaram vestígios de olivina, o que levou os investigadores a especular que o manto poderá conter olivina e piroxena em iguais quantidades, ao invés do domínio de um desses minerais.
A olivina é um dos principais componentes do manto terrestre, o que poderá confirmar a teoria de que a Lua se formou com algum material que a Terra perdeu após o choque com um corpo celeste. Os minerais encontrados são, por sua vez, distintos das amostras da superfície lunar. De acordo com a hipótese mais aceita, quando a Terra sofreu o impacto da colisão com um corpo celeste, Theia, algum material se desprendeu, aglomerando-se e formando a Lua. Os elementos mais leves ficaram na superfície, mas os minerais mais densos, como é o caso da olivina, caíram no manto lunar.
Desde então, a origem e estrutura da Lua têm sido temas de debate entre a comunidade científica. Dessa forma, a investigação chinesa poderá conduzir a um maior conhecimento sobre a evolução lunar e à confirmação da existência de um oceano de magma, teoria que ainda não foi confirmada.
Agência Brasil
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