O perfil da graduação na Universidade Federal da Bahia (Ufba) é de maioria negra, jovem e feminina, de acordo com dados da V Pesquisa Nacional de Perfil dos Graduandos das IFES 2018, realizada pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) e divulgada pela instituição. De um total de 38,6 mil alunos, 5774 estudantes responderam à pesquisa. Quinze anos após o início da política de acesso por cotas sociais e raciais, a Ufba ainda carece de recursos para atender às demandas trazidas por esse novo perfil de comunidade.
Três a cada quatro alunos são negros e de baixa renda, mas somente um tem ou já teve acesso a políticas de assistência estudantil. O setor, apesar de não ter sido incluída no bloqueio anunciado pelo Ministério da Educação, acaba sendo afetado na medida em que o funcionamento geral da universidade fique comprometido. Atualmente o perfil racial dos estudantes da universidade corresponde quase plenamente à composição racial da Bahia. Hoje 75,6% dos alunos são negros na Ufba, diante de 76,7% de negros da população do estado, segundo a PNAD/IBGE de 2018.
A pesquisa permite estimar ainda que 62,3% dos alunos são mulheres, acima do percentual nacional (54,6%). O percentual de ingressantes por cotas também supera o percentual nacional (45,1% x 41,9%), muito embora o total de alunos que vêm de escolas públicas seja um pouco menor na comparação com o conjunto das federais (57,7% x 64,7%). Outro dado indica que 69,1% dos estudantes da Ufba têm renda familiar média per capita de até um salário mínimo e meio. Além disso, 15,7% dos graduandos têm renda entre 1,5 e 3 salários mínimos, e apenas 12,3% vêm de famílias que têm renda acima disso.
Nove em cada 10 alunos da Ufba relatam enfrentar alguma dificuldade que interfere diretamente em sua vida ou no contexto acadêmica. Entre as mais frequentes estão a falta de disciplina ou hábito de estudo (32,5%), dificuldades financeiras (29,5), problemas emocionais (28,4%), carga excessiva de trabalhos estudantis (26%), tempo de deslocamento para a universidade (25%) e problemas de relacionamento familiar (18,4%).
Metro1