O médico hepatologista Raymundo Paraná fez um alerta sobre a gravidade do coronavírus para o sistema de saúde pública do país. Em entrevista a Mário Kertész nesta sexta-feira, dia 03, o especialista avaliou que outras doenças continuam assolando pacientes em todo o Brasil, sem diminuir a ocorrência.
“O Brasil tem várias prioridades em saúde. É muito definir quais são elas. São imensas. Uma delas é justamente o problema das hepatites virais. São doenças endêmicas. Mais de um milhão de brasileiros acometidos. O país oferece, através do SUS, diagnóstico e tratamento, mas por ser uma doença com poucos sintomas, o diagnóstico de tratamento por rastreamento é deficiente”, disse o médico.
“Isso faz com o que um grande número de pacientes que teriam potencial de tratamento precoce para evitar evolução para cirrose ou câncer de fígado, acabem não se beneficiando disso no SUS e são diagnosticados tardiamente. O período da Covid tem encoberto tem encoberto e tirado a visibilidade de outros grandes problemas de saúde pública do Brasil que continuam. Aquela história, a árvore por mais estrondosa que seja, não pode esconder a floresta toda. As outras doenças continuam causando mal e continuam necessitando de estratégias de enfrentamento. O Julho Amarelo chama a atenção para algumas delas, que são as hepatites virais”, acrescentou.
Paraná comentou a importância do Julho Amarelo, o mês de luta e prevenção das hepatites virais. Ele alertou para uma das mais graves, que é a hepatite D. “São doenças silenciosas. A hepatite D é um caso único de vírus na espécie humana. É um vírus que parasita outro vírus. O vírus D parasita o vírus B. É uma doença que está restrita no Brasil à região amazônica, mas é uma catástrofe para as populações ribeirinhas e indígenas”, comentou.
Redação: Metro1 | Informações: Rádio Metrópole