Uma pesquisa mundial realizada pela ONG Plan International aponta que 77% das meninas e jovens mulheres já sofreram com assédio on-line no Brasil. No mundo todo, 58% das meninas já foram assediadas ou abusadas on-line. O levantamento foi feito com 14 mil meninas de 15 a 25 anos em 22 países, sendo 500 do Brasil. O estudo, que faz parte da campanha mundial Meninas Pela Igualdade, destaca que os ataques são mais comuns no Facebook e no Instagram.
Entre as jovens que afirmam ter sofrido assédio, 62% das brasileiras disseram que a situação aconteceu no Facebook (39% no estudo global) e 44% no Instagram (23% no global). No Brasil, os ataques via WhatsApp também são relevantes, com 40%. Após sofrer a violência online, 19% das meninas assediadas no mundo pararam ou reduziram significativamente o uso da plataforma onde a violência ocorria, enquanto 12% mudaram a forma de se expressar.
No recorte brasileiro da pesquisa, 39% das meninas que já sofreram assédio on-line ignoraram seus assediadores e continuaram usando a rede social da mesma forma. O abuso também prejudica a vida offline das meninas: 22% das entrevistadas disseram que elas ou uma amiga ficaram preocupadas por sua segurança física. Entre as brasileiras, 46% das meninas e de suas amigas enfrentam mais assédio nas redes sociais do que na rua.
No estudo global, o tipo de ataque mais comum é a linguagem abusiva e insultuosa, relatada por 59% das meninas que foram assediadas, seguido por constrangimento proposital (41%), vergonha do corpo e ameaças de violência sexual (ambos 39%). No Brasil, os números registrados apresentaram algumas diferenças: o ataque mais comum também foi a linguagem abusiva e insultuosa (58%), seguido de ataques à aparência, incluindo vergonha do corpo (54%) e constrangimento proposital (52%).
Aqui, os comentários racistas (41%) e os homofóbicos (40%) tiveram percentuais relevantes. Mais da metade (54%) das meninas brasileiras que são de uma minoria étnica e sofreram abusos afirmam que são atacadas por causa de sua raça ou etnia, enquanto quase a metade (44%) das que se identificam como LGBTIQ+ afirmam que são assediadas por causa de sua identidade de gênero ou orientação sexual. No mundo, a questão homofóbica é ainda pior, com 56%.
Metro1