Ao som dos aplausos e de um coro ‘Vem, Dandara!’ de mais de 300 crianças, de 7 a 11 anos, que o espetáculo “Dandara na Terra dos Palmeiras” abriu na sexta-feira (18.10), o segundo dia de atividades do Espaço Fliquinha, no auditório da UFRB, no Centro de Artes, Humanidades e Letras(Cahl), em Cachoeira (BA).
Sob olhares curiosos e atentos a cada diálogo e música cantada, as crianças acompanharam a história de uma garota de nome Dandara que sofre racismo na escola por conta do nome. O espetáculo infantojuvenil conta a jornada da menina, que ao beber um chá da avó, tem um encontro histórico com Dandara Guerreira.
Com uma abordagem criativa e divertida, e ao mesmo tempo profundo, passeando pela religiosidade, e exaltando a cultura negra de Salvador, o espetáculo envolveu crianças, adolescentes e professores que se divertiram muito com a performance do elenco formado por Denise Correia, Gilson Garcia, Leonardo Freitas, Diogo Lopes Filhos, Natalyne Santos e Iandra Góes.
De acordo com a atriz Denise Correia, que faz a Dandara histórica, a peça é uma obra antirracista que dialoga com crianças e adolescentes, e retrata o racismo estrutural, além de abordar o bullying sofrido nas escolas, de forma muito lúdica, com muita música e poesia.
Autor do texto que há dois está em cartaz e lota os teatros baianos, Antônio Marques revela que a montagem surgiu inicialmente como um texto adulto e que a adaptação para o público infantojuvenil foi inspirada na sua sobrinha Júlia, criança preta e que atualmente mora em Belo Horizonte. ‘Infelizmente ela vai passar por esse processo de preconceito, de racismo. Quando fiz o texto, pensei em Júlia, e em outras crianças que continuam passando por isso’.
A direção é de Agamenon de Abreu, com músicas de Emillie Lapa e Nataline Santos, Coreografias de Cristiane Florentino e iluminação de Luciana Liège.