Em meio à pandemia do COVID-19, pouco se fala sobre os cuidados que devem ser tomados com as pessoas com deficiência. Trata-se de algo preocupante, já que muitas patologias associadas a certos tipos de deficiência também colocam esse público no grupo de pessoas que exige atenção e cuidados especiais. É o caso, por exemplo, da síndrome de Down, que geralmente gera uma malformação cardíaca que leva ao risco de desenvolvimento de complicações ocasionadas por qualquer infecção, não apenas pelo coronavírus, mas também resfriados comuns, bronquiolite ou pneumonia.
No dia 17 de março, a Organização das Nações Unidas (ONU) lançou um alerta mundial sobre os cuidados a pessoas com deficiência durante a crise do coronavírus. No texto, a relatora especial da ONU sobre os direitos das pessoas com deficiência, Catalina Devandas, afirma que pouco tem sido feito para orientar e apoiar o segmento na prevenção contra a pandemia, ainda que muitas dessas pessoas pertençam ao grupo de alto risco.
No Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), quase 22% da população (45 milhões) têm algum tipo de deficiência. Além disso, pessoas com deficiência em condições genéticas ou neurológicas que tomam remédios específicos, têm restrições respiratórias ou dificuldades profundas de comunicação, precisam ser monitoradas com atenção redobrada. Sendo assim, aqueles que cuidam de pessoas com deficiências severas, físicas ou intelectuais, também precisam ficar alertas e fortalecer as medidas de prevenção.
Diante disso, a Apabex — Associação de Pais Banespianos de Excepcionais reuniu seu quadro de especialistas — como geriatras, psicólogos, fonoaudiologistas, terapeutas ocupacionais, entre outros — para esclarecer pontos importantes sobre os cuidados das pessoas com deficiência nesse cenário. Seguem alguns:
Deficiência intelectual
Podem exigir supervisão e ter dificuldade em entender e seguir as recomendações. Por isso, o cuidador precisa manter ainda mais presente nesses casos.
Deficiência visual
Aumentar a frequência da higienização das mãos, devido ao maior uso do tato, após qualquer toque. É preferível ainda que, ao serem guiados por alguém, essas pessoas segurem no ombro de quem for guiá-lo, ao invés de tocar a mão.
Deficiência auditiva (Libras)
É fundamental que se evite tocar o rosto enquanto sinaliza e, caso o faça, é importante higienizar constantemente as mãos.
Surdocegueira
Como se comunicam usando contato físico, devem higienizar as mãos e antebraços.
Cuidadores e enfermeiros
Higienizar-se antes de qualquer contato ao chegar da rua. Isso vale também para familiares e amigos: usar máscara caso tenham tido contato com casos suspeitos e se, apresentarem sintomas de gripe, evitar contato.
Sobre a Apabex
A Associação de Pais Banespianos de Excepcionais é uma organização sem fins lucrativos criada em 1985 por funcionários do Banespa, com apoio do Serviço Social do banco, para promover atendimento especializado a pessoas com deficiência. Com uma unidade na Vila Mariana, capital, e outra em Vinhedo, interior de São Paulo, é especializada no atendimento de pessoas com deficiência intelectual adulta e idosa.
Editado pelo Tribuna do Recôncavo | Matéria: Daniela Martins Freitas, Ana Paula Teixeira e Sandra Bonani/ Trama Comunicação
Entre as 20 principais agências brasileiras de comunicação, a Trama se destaca há 24 anos por criar projetos comunicacionais inspiradores que conectam, informam e engajam diversos públicos de forma alinhada à estratégia de negócios das organizações.